Valor da cesta básica teve queda em 15 capitais em julho; entenda
A cesta básica está mais acessível para milhares de brasileiros que vivem em 15 estados, já que os valores estão despencando.
O preço da cesta básica sofre variações constantes e resulta de uma combinação de fatores econômicos, climáticos e sociais que impactam diretamente no bolso do consumidor. A oferta de alimentos depende tanto da produção agrícola nacional quanto do comportamento do mercado internacional.
Isso significa que oscilações nos estoques, exportações e até tarifas de comércio exterior influenciam os valores praticados nos supermercados. Além disso, o poder de compra do salário mínimo também se torna determinante, já que define quanto da renda familiar é comprometido com alimentação.
Portanto, analisar a evolução da cesta em diferentes capitais permite entender não apenas o custo de vida nas regiões, mas também os desafios enfrentados por trabalhadores que dependem desses itens essenciais para a sobrevivência.

Neste artigo, você vai ver:
Preço da cesta básica caiu em 15 estados em julho
O levantamento realizado pelo Dieese em parceria com a Conab mostrou que, em julho, o preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais, enquanto aumentou em 12. Pela primeira vez, a pesquisa abrangeu todas as 26 capitais e o Distrito Federal, o que amplia a percepção do impacto regional no orçamento.
Entre as cidades com quedas mais relevantes destacaram-se Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e Campo Grande, cujas reduções ficaram entre 2,1% e 2,6%. Esses resultados revelam que, mesmo em meio a pressões inflacionárias, algumas localidades apresentaram alívio para os consumidores.
Por outro lado, as maiores altas ocorreram no Nordeste, evidenciando desigualdade entre as regiões. Capitais como Recife, Maceió, Aracaju, João Pessoa, Salvador, Natal e São Luís registraram aumentos que chegaram a 2,8%.
Essa diferença mostra como a composição da cesta básica e a logística de abastecimento podem alterar significativamente o custo dos alimentos em diferentes estados. O contraste entre quedas no Sul e Sudeste e altas no Nordeste reforça a necessidade de políticas específicas de distribuição.
Além das variações percentuais, o estudo destacou os valores absolutos mais caros e mais baratos da cesta em julho. São Paulo liderou a lista, com custo de R$ 865,90, seguida por Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Cuiabá.
Já os menores preços foram registrados em Aracaju, Maceió, Salvador e Porto Velho, com valores entre R$ 568,52 e R$ 636,69. A comparação evidencia a disparidade no custo de vida entre regiões, especialmente quando se relaciona o preço da alimentação ao salário mínimo vigente.
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Preço dos produtos também mudou
Ao analisar os produtos individualmente, o levantamento revelou oscilações significativas. O arroz, por exemplo, caiu em quase todas as capitais, com destaque para Porto Velho, Palmas e Florianópolis, onde as reduções superaram 5%. Apenas Recife registrou alta de 0,65%.
Essa variação ocorreu porque a maior disponibilidade do grão reduziu a pressão sobre os preços. O feijão, outro item essencial, também apresentou queda em 24 capitais, tanto na variedade preta quanto na carioca, com reduções expressivas em Vitória e Florianópolis.
Apenas três cidades mostraram aumentos discretos, como Porto Velho, Maceió e São Luís. No caso do café, o cenário também favoreceu o consumidor. O valor do quilo em pó caiu em 21 capitais, com destaque para Belo Horizonte e Teresina, onde as quedas chegaram a 8,1% e 3,9%.
As altas mais expressivas ocorreram em Macapá, Cuiabá e Boa Vista, mas em menor intensidade. Segundo o Dieese, a colheita da safra e o aumento da disponibilidade nacional pressionaram as cotações para baixo, acompanhando movimentações internacionais, especialmente após a tarifa de 50% dos EUA.
Já a carne bovina de primeira teve comportamento variado. Em 11 capitais, como Boa Vista e Salvador, o preço subiu, mas em outras 16, incluindo Belém, o valor caiu, chegando a uma redução de 2,9%. A demanda externa continuou elevada em 2025.
Contudo, o ritmo mais lento de abates e as tarifas aplicadas nas exportações brasileiras influenciaram o mercado interno. Esse conjunto de fatores explica por que os preços da cesta básica não seguem uma tendência única, mas sim um equilíbrio entre oferta, demanda e conjuntura econômica.
O que esperar da cesta básica nos próximos meses?
Olhando para frente, o comportamento do preço da cesta básica deve continuar sujeito a oscilações, já que diversos fatores atuam simultaneamente. A influência das condições climáticas sobre a produção agrícola permanece como ponto central.
Isso especialmente em relação a grãos como arroz e feijão, que compõem a base alimentar do brasileiro. Secas prolongadas, excesso de chuvas ou atrasos na colheita podem reduzir a oferta e pressionar os preços, enquanto safras regulares tendem a gerar estabilidade.
Além disso, a conjuntura internacional deve seguir impactando o mercado interno. O café, por exemplo, continuará exposto às variações de cotação nas bolsas de Nova York e Londres, enquanto a carne bovina enfrentará a concorrência da exportação.
Medidas tarifárias impostas por países parceiros podem tanto dificultar a saída de produtos quanto favorecer o consumo interno, refletindo diretamente no valor pago pelo consumidor brasileiro. Portanto, acompanhar as políticas de comércio exterior será fundamental para prever a tendência dos preços.
Outro fator decisivo envolve o poder de compra do trabalhador. Em julho, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas básicas de uma família deveria ser de R$ 7.274,43, quase cinco vezes maior que o vigente.
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