Tempo de contribuição deve ser revisado em 30 dias após atraso do INSS
Após atrasos do INSS, a análise do tempo de contribuição deve ser acelerada para não causar mais problemas aos segurados.
O tempo de contribuição é um dos elementos mais relevantes da Previdência Social, pois define não apenas quando o trabalhador poderá se aposentar, mas também influencia diretamente o valor dos benefícios.
Esse período corresponde ao tempo em que o segurado realizou recolhimentos ao INSS, garantindo sua proteção em situações de afastamento, aposentadoria e pensões. Portanto, compreender como funciona esse cálculo é fundamental para planejar o futuro com segurança.
Além disso, acompanhar o andamento de requerimentos relacionados ao tempo de contribuição evita prejuízos e assegura que direitos não fiquem suspensos por demora administrativa. Nesse cenário, decisões judiciais recentes reforçam a importância de garantir prazos razoáveis para análise dos pedidos.

INSS deve acelerar análise do tempo de contribuição
Uma decisão da Justiça Federal em Goiás determinou que o INSS analise pedidos de revisão do tempo de contribuição dentro do prazo de 30 dias. A medida ocorreu após uma beneficiária aguardar por mais de nove meses sem resposta administrativa, o que caracterizou demora excessiva.
O juiz responsável ressaltou que a legislação brasileira já fixava prazos curtos para a apreciação de processos, mesmo antes da inclusão constitucional do princípio da duração razoável do processo. Assim, ficou claro que o órgão previdenciário não pode justificar morosidade com falta de estrutura.
Além disso, o magistrado destacou que a lei 9.784 de 1999 estabelecia 30 dias como limite para decisões administrativas, enquanto a lei 9.051 de 1995 determinava 15 dias para a expedição de certidões, o que não foi cumprido.
Também mencionou que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, o prazo máximo para emissão de Certidão de Tempo de Contribuição não pode ultrapassar 90 dias. No caso concreto, esse prazo foi amplamente desrespeitado, reforçando a necessidade de intervenção judicial.
Dessa forma, a decisão reforça que atrasos excessivos violam princípios constitucionais, como eficiência e razoabilidade, além de comprometer direitos de natureza alimentar. Portanto, o órgão deverá adotar medidas para garantir celeridade e respeito aos segurados que aguardam validação.
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Como descobrir quanto tempo de contribuição eu tenho?
Para evitar dúvidas sobre o tempo de contribuição, o segurado pode utilizar ferramentas digitais oferecidas pelo próprio INSS. O aplicativo Meu INSS, disponível em celulares e computadores, permite consultar o histórico de vínculos e salários de contribuição.
Assim, o trabalhador tem acesso rápido e atualizado às informações registradas no sistema, sem a necessidade de deslocamento até uma agência. Esse acompanhamento constante auxilia no planejamento previdenciário e evita surpresas em momentos decisivos.
Outro recurso importante é a possibilidade de emitir o extrato do CNIS, Cadastro Nacional de Informações Sociais. Esse documento reúne todas as contribuições registradas, tanto em empregos formais quanto como contribuinte individual.
É essencial verificar se não existem lacunas ou erros, já que falhas de registro podem impactar negativamente a contagem do tempo de contribuição. Caso sejam identificadas inconsistências, o trabalhador deve solicitar correção imediatamente.
Além disso, quem deseja planejar a aposentadoria de forma mais precisa pode recorrer a simulações disponíveis no próprio portal do INSS. Essas ferramentas calculam cenários diferentes de acordo com a idade, o tempo de contribuição já registrado e as regras atuais de transição.
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Regras gerais da aposentadoria
O tempo de contribuição é peça central nas regras da aposentadoria, especialmente após a reforma da Previdência de 2019. Atualmente, não existe mais aposentadoria apenas por tempo de contribuição, mas sim modalidades que combinam idade mínima com o período de recolhimento.
No entanto, o tempo registrado continua sendo determinante para calcular valores e acessar transições que beneficiam trabalhadores próximos da aposentadoria. Assim, acompanhar cada contribuição é indispensável para garantir direitos futuros.
Uma das regras de transição prevê a aposentadoria por pontos, em que a soma da idade e do tempo de contribuição deve atingir determinado número, atualizado anualmente. Outra possibilidade é a aposentadoria com idade mínima progressiva.
Ela exige, além da idade, um período mínimo de contribuições. Nesses casos, quem comprova mais tempo de contribuição geralmente conquista condições melhores de benefício, reforçando a importância de manter os registros em dia.
Além das regras de transição, a aposentadoria programada também exige idade mínima combinada com 15 ou 20 anos de contribuição, dependendo do gênero e da data de ingresso no sistema. Portanto, o histórico de recolhimentos continua essencial.
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