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Taxas do vale-alimentação e vale-refeição serão limitadas pelo governo; entenda

Quem recebe vale-alimentação ou vale-refeição não precisará mais se preocupar com as altas taxas cobradas por esses benefícios.

O vale-alimentação e o vale-refeição fazem parte da rotina de milhões de trabalhadores brasileiros e representam um dos principais mecanismos de incentivo à alimentação no ambiente corporativo. Criados como benefícios trabalhistas, eles garantem que os empregados tenham acesso a refeições de qualidade.

Além disso, o sistema movimenta bilhões de reais por ano no país, tornando-se peça fundamental para bares, restaurantes e supermercados que recebem diariamente pagamentos feitos por meio desses cartões.

Dessa forma, tanto trabalhadores quanto empregadores e estabelecimentos comerciais dependem do bom funcionamento desse modelo. Em meio às discussões sobre seu aperfeiçoamento, o governo federal passou a avaliar mudanças importantes que prometem alterar a dinâmica do setor.

Se você recebe vale-alimentação ou refeição, veja o que muda nas taxas.
Se você recebe vale-alimentação ou refeição, veja o que muda nas taxas. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Governo quer limitar taxas do vale-alimentação e refeição

O governo federal anunciou que pretende publicar até o fim de agosto um decreto que vai limitar as taxas de desconto cobradas de bares, restaurantes e supermercados nas vendas realizadas com vale-alimentação e vale-refeição.

Essa decisão surge como resposta às reclamações de comerciantes, em especial pequenos estabelecimentos, que alegam dificuldades para absorver os altos custos cobrados pelas operadoras. Ao estabelecer novas regras, o objetivo é criar um ambiente mais justo para todos os envolvidos.

Atualmente, essas taxas podem ultrapassar 5% do valor de cada transação, o que impacta diretamente a margem de lucro dos estabelecimentos. A proposta em análise prevê a redução do percentual para algo entre 3% e 4%.

Com essa mudança, os custos operacionais devem cair, permitindo que restaurantes e supermercados tenham mais fôlego financeiro para manter preços competitivos e melhorar o fluxo de caixa. Além disso, a medida tende a reduzir a pressão que hoje recai principalmente sobre pequenos comerciantes.

Outro ponto relevante do decreto está relacionado ao prazo de repasse dos valores aos estabelecimentos. O governo avalia que acelerar o repasse é essencial para melhorar a gestão financeira de bares, lanchonetes e mercados.

Com prazos mais curtos, o setor de alimentação ganha estabilidade e pode investir em qualidade, ampliar serviços e atender melhor seus clientes. Assim, o decreto busca corrigir distorções e devolver equilíbrio a um sistema que afeta diretamente trabalhadores e consumidores.

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Como as empresas do setor reagiram?

A sinalização do governo em relação ao novo decreto já gerou impacto imediato no setor. Algumas operadoras de benefícios decidiram, por conta própria, reduzir suas taxas cobradas de pequenos estabelecimentos, em uma tentativa de se antecipar às mudanças que devem se tornar obrigatórias.

No caso das grandes redes de alimentação e supermercados, o impacto tende a ser menor. Esses estabelecimentos já contam com maior poder de negociação junto às operadoras de vale-alimentação e vale-refeição, conseguindo condições diferenciadas.

No entanto, mesmo para esses grupos, a limitação oficial das taxas trará previsibilidade e mais segurança na gestão dos contratos. Isso reforça o papel do decreto como medida que atinge todo o setor, ainda que os efeitos sejam mais significativos para pequenos comerciantes.

Durante o debate da proposta, chegou a ser discutida a possibilidade de permitir que trabalhadores convertessem parte do saldo dos benefícios em dinheiro via Pix. Contudo, o governo descartou essa alternativa.

A avaliação é que tal mudança poderia desvirtuar a finalidade dos programas, que são voltados exclusivamente para alimentação, e abrir espaço para uso inadequado dos recursos. Portanto, a decisão final manteve o foco em garantir que o vale-alimentação continue direcionado ao consumo de alimentos.

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Próximos passos da nova regulamentação do vale-alimentação e refeição

O setor de vales alimentação e refeição movimenta cifras bilionárias e se consolidou como pilar da política de segurança alimentar no país. No entanto, bares, restaurantes e supermercados afirmam há anos que as taxas cobradas pelas operadoras comprometem a sustentabilidade de seus negócios.

O decreto em preparação surge justamente para atender a essa demanda e deve representar uma mudança histórica no relacionamento entre estabelecimentos e empresas de benefícios. A expectativa é que o texto seja publicado ainda em agosto e entre em vigor imediatamente.

Isso significa que as operadoras precisarão se adequar rapidamente, ajustando contratos e sistemas de cobrança. Para os comerciantes, essa agilidade representa um alívio importante, já que muitos enfrentam margens apertadas e veem nas taxas uma barreira para crescer e investir.

O governo, por sua vez, garante que o impacto sobre a inflação será mínimo, já que a medida afeta principalmente despesas administrativas e financeiras. Em longo prazo, a limitação das taxas deve fortalecer a função social do vale-alimentação e do vale-refeição como benefícios centrais.

Ao reduzir custos para os estabelecimentos e preservar a finalidade do programa, o decreto busca equilibrar interesses de empregadores, empregados e comerciantes. Dessa forma, a nova regulamentação promete corrigir distorções.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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