Tarifa Zero dos transportes públicos pode ser realidade no governo Lula
A Tarifa Zero é um benefício almejado pelos brasileiros há anos e, finalmente, pode se tornar realidade no governo vigente.
O preço do transporte público no Brasil cresce de forma constante e pressiona diretamente o orçamento dos trabalhadores. Em muitas capitais, a tarifa de ônibus e metrô consome uma parte significativa do salário mínimo, tornando-se um dos maiores desafios no cotidiano da população.
Essa realidade afeta principalmente quem depende do transporte coletivo para se deslocar diariamente, seja para o trabalho, a escola ou o acesso a serviços básicos. Além disso, o aumento contínuo das passagens reforça desigualdades sociais, já que famílias de baixa renda sentem mais o peso desse gasto.
Em meio a esse cenário, cresce o debate sobre alternativas que garantam mobilidade acessível e sustentável, com destaque para a política da Tarifa Zero, que vem ganhando força em várias cidades do país.

Neste artigo, você vai ver:
Renda dos brasileiros é comprometida com preço do transporte público
O custo do transporte público no Brasil compromete uma parcela significativa da renda mensal dos trabalhadores. Em Brasília, por exemplo, um cidadão que recebe R$ 1.518 compromete 21,73% do seu salário apenas para se locomover.
Em Curitiba, o percentual chega a 23,71%, enquanto em Florianópolis atinge 27%. Esses números evidenciam como o valor da passagem impacta fortemente o orçamento familiar e limita o acesso a outros bens e serviços essenciais.
Esse peso no bolso do trabalhador torna o transporte público brasileiro um dos mais caros do mundo quando comparado à renda média da população. Enquanto em cidades como Nova York, Paris e Londres o gasto proporcional é menor, no Brasil o deslocamento diário é um verdadeiro desafio econômico.
A insatisfação com o preço das passagens foi um dos estopins das manifestações de Junho de 2013, que trouxeram o tema para o centro da agenda política. Desde então, o debate sobre a Tarifa Zero vem crescendo, mostrando que a luta por transporte público gratuito deixou de ser um sonho distante.
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Tarifa Zero influencia positivamente em diversos setores
A implementação da Tarifa Zero traz benefícios que vão além da economia no bolso dos trabalhadores. Um estudo da Fundação Getulio Vargas analisou 57 cidades que adotaram a medida e comparou os resultados com mais de 2.700 municípios que ainda cobram passagem.
O levantamento mostrou aumento de 3,2% no número de empregos, crescimento de 7,5% nas empresas e redução de 4,2% na emissão de gases poluentes. Esses dados revelam que a gratuidade influencia diretamente tanto na economia quanto na sustentabilidade ambiental.
Exemplos práticos reforçam os impactos positivos. Em São Caetano do Sul, em São Paulo, a retirada de 1.500 carros das ruas por hora após a adoção da tarifa zero reduziu o trânsito e melhorou a mobilidade urbana.
Em Caucaia, no Ceará, a frequência nos transportes aumentou quatro vezes, e o comércio local registrou crescimento de 30% nas vendas. Esses resultados mostram que o transporte gratuito estimula a circulação de pessoas e, consequentemente, fortalece a economia local.
Além disso, a tarifa zero promove inclusão social ao garantir que todos tenham acesso a serviços essenciais, como saúde, educação, cultura e lazer. A gratuidade amplia as possibilidades de deslocamento, reduz desigualdades e transforma a mobilidade urbana em um direito de cidadania.
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Proposta de Tarifa Zero pode ser realidade?
Apesar dos avanços, a Tarifa Zero ainda enfrenta desafios relacionados ao financiamento. O governo federal estuda alternativas, mas a proposta mais consolidada veio da sociedade civil em um estudo chamado “Vale-Transporte.
Cálculo de contribuição para disponibilização do transporte público coletivo”. A ideia é que estabelecimentos públicos e privados com dez funcionários ou mais contribuam com R$ 213,58 por empregado por mês para custear integralmente a gratuidade.
Essa proposta evoluiu para um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte. Atualmente, conta com apoio de 21 vereadores e precisa de 28 votos para aprovação. A expectativa é que, com articulação entre prefeitura e governo federal, a iniciativa se torne realidade.
Caso seja aprovada, Belo Horizonte poderá dar um passo decisivo rumo à universalização da tarifa zero. Se adotada em âmbito nacional, a política colocaria o Brasil na vanguarda mundial do direito à mobilidade urbana.
Além disso, teria impacto direto no cenário político, pois reforçaria o compromisso do governo com as demandas populares e poderia se transformar em um trunfo para as eleições de 2026. Assim, as vozes que ecoaram em junho de 2013 seriam finalmente ouvidas.
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