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Reclamações contra consignados aumentam em 61%: veja como bloquear novas contratações

A contratação de empréstimos consignados em nome de segurados que não autorizaram cresceu de maneira gritante nos últimos meses.

Os empréstimos consignados são uma modalidade de crédito na qual as parcelas são descontadas automaticamente da folha de pagamento ou do benefício do contratante. Essa operação é muito comum entre aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos e empregados com carteira assinada.

Apesar de suas vantagens, essa forma de crédito também gera preocupações, principalmente quando envolve contratações não autorizadas ou cobranças indevidas. O problema se agrava pela vulnerabilidade de muitos consumidores, especialmente idosos, que muitas vezes não compreendem os termos.

Em 2025, o cenário de queixas se intensificou, com registros crescentes de fraudes, abusos e falta de transparência por parte das instituições financeiras. Por isso, entender os direitos do consumidor, os canais de denúncia e os mecanismos de proteção se tornou ainda mais importante atualmente.

Milhares de segurados do INSS têm reclamado de contratações de consignados sem aprovação. Entenda.
Milhares de segurados do INSS têm reclamado de contratações de consignados sem aprovação. Entenda. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Reclamações de créditos consignados crescem em 2025

O ano de 2025 registrou um aumento expressivo nas reclamações relacionadas a empréstimos consignados. Segundo dados da Senacon, divulgados pela plataforma Consumidor.gov.br, o número de queixas saltou 61% nos quatro primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2024.

Enquanto no ano anterior foram contabilizadas 3.216 reclamações, neste ano o total subiu para 4.504, revelando uma tendência preocupante no setor financeiro. As reclamações envolvem bancos, financeiras e administradoras, com denúncias de descontos não autorizados.

A maior parte dessas reclamações aponta para fraudes ou contratos celebrados sem consentimento do consumidor. Os relatos mais comuns envolvem a ausência de explicações claras sobre as condições do crédito, bem como a falta de entrega dos contratos assinados.

O aumento das queixas levou o deputado federal Duarte Jr. a protocolar um pedido de informações ao Ministério da Justiça, além de apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar irregularidades no INSS relacionadas aos consignados.

A falta de transparência, associada à pressão de vendedores e à digitalização dos processos, contribuiu para o aumento da insatisfação entre os consumidores. Muitas pessoas relatam não terem solicitado o crédito ou sequer compreendido que estavam contratando um empréstimo.

O impacto dessa prática é ainda mais grave quando afeta o orçamento mensal de quem depende exclusivamente de aposentadorias ou benefícios sociais para sobreviver. Com isso, cresce também a mobilização por mais fiscalização e mecanismos que permitam ao consumidor retomar sua renda.

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Queixas de outras contratações também aparecem

Além dos empréstimos consignados, os consumidores brasileiros enfrentam outras formas de abuso por parte de empresas de serviços financeiros. Dados da mesma plataforma mostram que as queixas envolvendo cobranças indevidas por serviços ou produtos não contratados subiram para 4.505 em 2025.

Isso indica que a prática de inserir cobranças sem autorização ou dificultar o cancelamento de contratos ainda está presente em diversas instituições. A ausência de entrega do contrato ou da documentação exigida é o problema mais recorrente, com 5.838 registros em todo o país.

Outro foco de reclamação está relacionado às cobranças abusivas para realizar cancelamentos ou alterações contratuais, com 3.061 ocorrências registradas. As empresas dificultam o processo ou impõem tarifas injustificadas, o que acaba desmotivando o consumidor a seguir com o pedido.

Isso compromete a relação de confiança com o cliente e evidencia a falta de padronização nas práticas do setor. Muitas instituições não informam claramente as condições contratuais nem disponibilizam canais de atendimento eficazes, agravando o cenário de insatisfação.

Também aparecem com frequência problemas relativos ao acesso a documentos e divergências no saldo devedor. Reclamações sobre falhas no cálculo dos juros e valores cobrados ultrapassam 2.600 registros, enquanto a dificuldade para obter boletos de quitação soma 2.347 casos.

Essas barreiras burocráticas dificultam a regularização das dívidas e reforçam o sentimento de abandono por parte dos consumidores. Diante disso, cresce a importância de medidas educativas e regulatórias para proteger o cidadão das práticas abusivas e melhorar a transparência nas contratações.

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Como bloquear o benefício para consignados?

Diante do aumento das fraudes, muitos consumidores passaram a buscar formas de impedir a contratação automática de consignados em seus benefícios. O bloqueio pode ser feito diretamente pelo sistema “Meu INSS” para garantir que nenhuma instituição utilize a margem consignável sem autorização:

  • Acesse o site Meu INSS ou o aplicativo Meu INSS no celular
  • Faça login com sua conta gov.br
  • No campo de busca “Do que você precisa?”, digite “bloquear”
  • Selecione a opção “Bloquear/Desbloquear benefício para empréstimo consignado”
  • Escolha o benefício que deseja bloquear
  • Siga as orientações para validar a identidade, geralmente com reconhecimento facial
  • Confirme a solicitação e aguarde a conclusão do processo

Esse procedimento garante que nenhum banco ou financeira possa acessar sua margem de crédito até que você mesmo solicite o desbloqueio. É uma medida preventiva eficaz, especialmente para idosos e beneficiários do INSS que desejam mais controle sobre seu orçamento.

Como consultar se tenho algum empréstimo ativo?

Para verificar se há empréstimos consignados vinculados ao seu benefício, siga as etapas abaixo:

  • Acesse o portal ou app do Meu INSS
  • Faça o login com sua conta gov.br
  • Na tela inicial, clique em “Extrato de Empréstimos Consignados”
  • Verifique a lista de contratos ativos, valores descontados e instituições envolvidas

Essas informações ajudam a identificar cobranças não reconhecidas ou contratos indevidos. Caso identifique qualquer inconsistência, o ideal é registrar uma reclamação formal pela plataforma Consumidor.gov.br e, se necessário, acionar o Procon ou um advogado para contestar o contrato.

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