Professores temporários também recebem piso salarial após aprovação da Câmara
Antigamente, o salário dos professores temporários era diferente dos efetivos, mas isso deve mudar após aprovação da Câmara
Os professores temporários exercem papel essencial na manutenção do ensino público brasileiro, garantindo a continuidade das aulas e o funcionamento das escolas mesmo diante da carência de profissionais efetivos.
Embora esses educadores cumpram as mesmas funções que os concursados, eles frequentemente enfrentam desigualdades salariais e trabalhistas. A luta por condições mais justas reflete a busca por valorização e reconhecimento de uma categoria que sustenta a base da educação nacional.
Com jornadas intensas, responsabilidades múltiplas e forte impacto na formação dos estudantes, esses profissionais reivindicam equiparação de direitos. Nesse contexto, surge uma importante discussão no Congresso Nacional sobre a necessidade de assegurar a equidade salarial.

Neste artigo, você vai ver:
Câmara aprova equidade no salário de professores temporários
A Câmara dos Deputados deu um passo significativo ao aprovar o projeto de lei que garante o piso salarial nacional também aos professores temporários da educação básica. Essa proposta é de autoria do deputado Rafael Brito (MDB-AL).
A mudança busca corrigir uma desigualdade histórica que afeta milhares de educadores contratados por tempo determinado. O texto aprovado, relatado pela deputada Carol Dartora (PT-PR), assegura que o piso definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) seja aplicado a esses profissionais.
A proposta reconhece que muitos professores contratados temporariamente realizam as mesmas funções que os efetivos, mas recebem valores inferiores. Além da docência, o texto garante o piso salarial para aqueles que desempenham atividades de suporte pedagógico, como direção, coordenação, etc.
Segundo a relatora Carol Dartora, grande parte dos estados já cumpre essa regra por meio de recursos do Fundeb, o que demonstra viabilidade orçamentária e responsabilidade fiscal. Ela ressaltou que a medida não cria novas despesas nem transfere encargos indevidos aos entes federativos.
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Correção do piso dos professores temporários
A proposta aprovada na Câmara corrige uma lacuna histórica da lei que instituiu o Piso Nacional do Magistério. De acordo com a deputada Carol Dartora, muitos professores temporários permanecem contratados por longos períodos, chegando a atuar mais de uma década sem vínculo efetivo.
Dados recentes revelam que cerca de 43,6% desses profissionais lecionam há mais de 11 anos, o que evidencia a necessidade de políticas que garantam estabilidade e reconhecimento. A relatora destacou ainda que ninguém se forma para ser professor temporário, mas para exercer a docência de forma plena.
Além do fator salarial, a precarização das condições de trabalho afeta diretamente a qualidade da educação. Professores temporários, muitas vezes, não participam do cotidiano das escolas, o que dificulta o desenvolvimento de vínculos com estudantes e colegas.
Essa ausência de pertencimento impacta o aprendizado e compromete o ambiente pedagógico. Carol Dartora, ao compartilhar sua própria experiência como docente temporária, ressaltou a importância de garantir condições adequadas para que o professor possa se integrar plenamente à comunidade escolar.
A proposta também responde a uma demanda judicial que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa um recurso do governo de Pernambuco sobre a aplicação do piso para professores temporários.
A decisão terá repercussão geral, ou seja, valerá para todos os casos semelhantes no país. Assim, a aprovação do projeto pela Câmara antecipa um posicionamento legislativo coerente com a necessidade de justiça salarial.
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O que falta para a aprovação total?
Após a aprovação na Câmara dos Deputados, o projeto segue agora para o Senado Federal, onde será analisado antes de se tornar lei. Os senadores terão a responsabilidade de avaliar a proposta e confirmar sua viabilidade jurídica e orçamentária.
A expectativa é que o texto receba apoio, já que grande parte das redes de ensino já pratica o pagamento do piso aos professores temporários. Caso aprovado sem alterações, o projeto seguirá para sanção presidencial, consolidando a conquista da categoria.
Durante o debate em Plenário, a proposta recebeu amplo apoio de parlamentares que reconhecem o impacto positivo da medida. O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), destacou que o Executivo encaminhou voto favorável como forma de homenagear os professores.
Já o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ) ressaltou que governos muitas vezes utilizam contratações temporárias para economizar às custas da qualidade da educação, o que evidencia a urgência da equiparação.
Entretanto, nem todos os parlamentares concordam com a proposta. O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) argumentou que a equiparação imediata é inviável para municípios mais pobres, enquanto Cabo Gilberto Silva (PL-PB) afirmou que ainda é preciso resolver o pagamento do piso aos professores efetivos.
Apesar das divergências, o consenso é que a educação deve ser prioridade nacional e que a valorização do magistério é o caminho para alcançar qualidade no ensino. Assim, a aprovação final no Senado se apresenta como etapa decisiva para corrigir injustiças.
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