Preço dos alimentos disparou em abril: confira quais pesaram mais no bolso
O preço dos alimentos superou muito as expectativas no mês de abril, causando um colapso no bolso dos brasileiros, que se desdobraram para comprar o básico.
A inflação exerce impacto direto no custo de vida da população, e um dos setores mais afetados é o dos alimentos. Quando o índice de preços aumenta, o poder de compra das famílias diminui, o que gera preocupação especialmente entre os brasileiros de renda mais baixa.
Isso ocorre porque os alimentos compõem uma parte significativa dos gastos mensais e, portanto, sofrem efeito imediato com qualquer variação nos preços. Vários fatores contribuem para o avanço da inflação, como clima, custos de produção, transporte e demanda interna.
Diante disso, monitorar o comportamento inflacionário se torna essencial para compreender por que os preços sobem e como isso afeta o consumo diário. É importante ficar sempre de olho nas mudanças para não ter surpresas desagradáveis.

Neste artigo, você vai ver:
Por que o preço dos alimentos subiu em abril?
A prévia da inflação de abril, medida pelo IPCA-15, registrou alta de 0,43%, com destaque para o grupo de alimentação e bebidas, que teve forte influência no resultado. Esse avanço se deve principalmente à elevação dos preços de itens básicos da cesta alimentar, como hortaliças, leite e café.
A variação dos preços reflete uma combinação de fatores sazonais, como o período de entressafra, e problemas climáticos, que reduziram a oferta de certos produtos. Essa queda na disponibilidade faz com que os preços subam rapidamente, impactando o bolso do consumidor de forma expressiva e contínua.
O tomate, por exemplo, apresentou uma alta expressiva de 32,67% no mês, sendo o item que mais contribuiu individualmente para o avanço da inflação, respondendo por 0,08 ponto percentual do índice. Um aumento bastante expressivo em todas as regiões.
Além disso, outros produtos como o café moído e o leite longa vida também registraram aumentos consideráveis, pressionando ainda mais os orçamentos domésticos. Itens de consumo frequente como lanches e refeições fora de casa também ficaram mais caros, refletindo a elevação dos custos.
Além dos alimentos, produtos do setor de saúde, como perfumes e planos de saúde, também influenciaram a inflação de abril, mostrando que o aumento de preços atinge diversas frentes do consumo, não somente nos mercados.
Contudo, a única categoria com variação negativa no período foi transportes, que apresentou queda de 0,44% graças à redução nas tarifas de passagens aéreas e combustíveis. Esse recuo ajudou a atenuar o impacto inflacionário geral, mas não foi suficiente para compensar a alta nos itens alimentares.
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Quais alimentos tiveram o preço mais afetado no mês?
Entre os itens que mais subiram em abril, os alimentos lideraram a lista, com destaque para o café moído, tomate e leite longa vida. A seguir, veja os produtos com maior variação e impacto na prévia da inflação:
Produto | Variação mensal (%) | Impacto no IPCA-15 (p.p.) |
---|---|---|
Tomate | 32,67 | 0,08 |
Café moído | 6,73 | 0,04 |
Perfume | 2,49 | 0,03 |
Plano de saúde | 0,57 | 0,02 |
Lanche | 1,23 | 0,02 |
Refeição | 0,50 | 0,02 |
Leite longa vida | 2,44 | 0,02 |
Conserto de carro | 1,02 | 0,02 |
Além da variação mensal, alguns produtos acumularam aumentos expressivos nos últimos 12 meses, tornando-se vilões da inflação de longo prazo. Veja os itens com maiores altas anuais até abril:
Produto | Variação em 12 meses (%) |
---|---|
Café moído | 79,63 |
Tangerina | 39,13 |
Joia | 32,54 |
Acém | 26,39 |
Cigarro | 24,43 |
Óleo de soja | 23,89 |
Lagarto comum | 23,40 |
Patinho | 23,39 |
Abacate | 23,34 |
Laranja-lima | 23,06 |
Esses dados mostram que, além de oscilações pontuais, o preço dos alimentos apresenta tendência de alta sustentada em diversos segmentos. O café moído, por exemplo, acumulou alta de quase 80% em um ano, reflexo de fatores como exportações aquecidas, quebra de safra e alta nos custos logísticos.
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Inflação segue acima do esperado
Embora o resultado da prévia da inflação de abril tenha vindo dentro das expectativas dos analistas, o IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 5,49%, superando os 5,26% do período anterior. A inflação elevada compromete a política de juros e dificulta a redução da taxa Selic, afetando o crédito.
Isso mantém a inflação brasileira acima do teto da meta definida pelo Banco Central, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa pressão inflacionária constante gera preocupação no mercado financeiro e no governo, pois exige atenção constante.
Alimentos com grande peso no IPCA, como carnes, frutas e grãos, contribuem para a dificuldade de manter a inflação dentro da meta. Além disso, setores como serviços e saúde também registram aumentos constantes, dificultando o controle dos preços no médio prazo.
O que esperar nos próximos meses?
A projeção atual do mercado, segundo o boletim Focus do Banco Central, indica uma inflação de 5,57% ao final deste ano, valor ainda superior ao teto da meta. Para 2026, a expectativa é de um IPCA em torno de 4,50%, ainda distante do centro da meta, mas indicando uma possível desaceleração.
Especialistas preveem que os alimentos continuarão a exercer forte influência no índice, especialmente devido a fatores climáticos e variações cambiais. Por isso, o consumidor deve manter atenção redobrada aos preços e priorizar planejamento financeiro para lidar com esse ambiente econômico.
Além disso, as políticas públicas precisam focar em medidas estruturantes que ajudem a reduzir o custo da produção agrícola, melhorar a logística de distribuição e garantir estabilidade nos preços. O monitoramento constante do comportamento inflacionário permitirá ajustes rápidos.
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