Mais de 1,2 milhão de empresas ainda não pagaram o FGTS dos funcionários
Empresas estão devendo o pagamento e ressarcimento do FGTS atrasado de seus funcionários, que devem ficar de olho em seus direitos
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) representa um dos pilares mais importantes da proteção trabalhista no Brasil. Ele foi criado para assegurar estabilidade financeira e segurança social ao trabalhador.
O fundo funciona como uma reserva que pode ser acessada em momentos específicos, como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou aposentadoria. Além de oferecer um amparo em situações emergenciais, o FGTS contribui para a construção de uma relação mais justa.
Entretanto, o cumprimento dessa obrigação depende da responsabilidade das empresas em realizar os depósitos mensais corretamente, o que nem sempre ocorre. O recente levantamento do Ministério do Trabalho revelou um cenário preocupante de inadimplência que afeta milhões de brasileiros.

Neste artigo, você vai ver:
Mais de 1 milhão de empresas estão devendo FGTS de funcionários
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou que mais de 1,22 milhão de empresas brasileiras estão em débito com o FGTS de seus trabalhadores. O levantamento do sistema FGTS Digital, com base em dados de setembro de 2025, apontou um total de R$ 10,1 bilhões em valores não recolhidos.
Isso acaba atingindo diretamente 9,5 milhões de trabalhadores em todo o país. Essa inadimplência generalizada revela um problema estrutural grave, já que o não pagamento desses depósitos prejudica a segurança financeira de milhões de famílias e compromete o acesso a direitos trabalhistas básicos.
Os estados com maior volume de dívidas concentram a maior parte dos valores não recolhidos. São Paulo lidera o ranking, com R$ 3,18 bilhões em pendências. Logo atrás estão:
- Rio de Janeiro, com R$ 943,6 milhões;
- Minas Gerais, com R$ 823 milhões;
- Paraná, com R$ 586,2 milhões.
Enquanto isso, os estados de Roraima e Amapá registraram os menores valores de inadimplência, com R$ 29 milhões e R$ 30,3 milhões, respectivamente. Essa disparidade regional mostra que a irregularidade atinge todo o território nacional, mas tem concentração mais intensa nas regiões com maior número de empresas e trabalhadores registrados.
Além das empresas, o MTE também identificou 103 mil empregadores pessoa física com dívidas que somam R$ 174,9 milhões, afetando cerca de 265 mil trabalhadores. Para resolver o problema, o Ministério já enviou mais de 70 mil notificações para esses empregadores.
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Como consultar se meu FGTS está sendo pago?
A consulta ao FGTS é simples e pode ser feita diretamente pelo aplicativo FGTS, da Caixa Econômica Federa. Por meio dele, o trabalhador acessa todas as informações referentes aos depósitos mensais, saldos e rendimentos, além de receber notificações sempre que o empregador realiza um pagamento.
O trabalhador também pode realizar a verificação pelo site oficial da Caixa ou nas agências bancárias, apresentando o número do CPF ou do NIS. Caso perceba que os depósitos estão atrasados ou ausentes, é importante agir com rapidez.
Quanto mais cedo o problema for identificado, maiores são as chances de resolver a pendência sem que o trabalhador sofra prejuízos financeiros. Essa conferência regular é uma das formas mais eficazes de garantir que o empregador cumpra corretamente sua obrigação legal.
O que fazer se não estiver?
Quando o trabalhador descobre que o FGTS não está sendo recolhido, deve primeiro buscar esclarecimentos diretamente com o empregador, questionando o motivo da ausência do pagamento. A empresa pode não apresentar uma justificativa plausível ou não regularizar a situação.
Assim, o empregado pode registrar uma denúncia de forma anônima nos canais oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego. Essa denúncia pode ser feita por telefone, pelo número 158, ou presencialmente em uma das unidades regionais do MTE.
O órgão analisará o caso e notificará o empregador, exigindo o pagamento imediato dos valores em atraso. Em alguns casos, o trabalhador também pode acionar a Justiça do Trabalho para garantir o recebimento do que lhe é devido.
A legislação assegura o direito de cobrar depósitos retroativos e correção monetária sobre os valores não recolhidos. Portanto, acompanhar a situação e agir rapidamente são atitudes essenciais para preservar o acesso aos recursos do fundo.
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Trabalhador não pode ficar sem FGTS
Ficar sem o FGTS significa perder um importante mecanismo de segurança financeira. O fundo não é apenas um benefício, mas uma reserva obrigatória que o trabalhador pode utilizar em situações específicas e de grande impacto na vida pessoal.
Ele garante recursos em momentos de vulnerabilidade, como demissões, aposentadoria, tratamento de doenças graves ou até mesmo na aquisição da casa própria. Sem o recolhimento regular, o trabalhador perde essas oportunidades e enfrenta dificuldades maiores para manter sua estabilidade econômica.
Além de comprometer o direito individual, a ausência de depósitos também afeta a economia nacional. O FGTS é uma das principais fontes de financiamento para programas habitacionais, infraestrutura e saneamento, que movimentam o setor produtivo e geram empregos.
Quando as empresas deixam de recolher os valores devidos, todo o sistema perde força, prejudicando não apenas o trabalhador diretamente afetado, mas também a coletividade. Por isso, o cumprimento dessa obrigação tem impacto direto no desenvolvimento social e econômico do país.
O sistema FGTS Digital surge como uma ferramenta essencial para modernizar a fiscalização e ampliar a transparência. Com ele, o governo consegue acompanhar em tempo real os depósitos, emitir notificações automáticas e reduzir o risco de fraudes.
Essa inovação tecnológica fortalece a proteção dos trabalhadores e reforça a responsabilidade das empresas perante a legislação. Em um cenário em que milhões ainda dependem desse direito, garantir o recolhimento correto do FGTS é uma forma concreta de assegurar dignidade, segurança e respeito.
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