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Mais um grupo de brasileiros pode receber o Bolsa Família: veja as regras atualizadas

O Bolsa Família passou por atualizações recentes e, agora, um novo grupo pode ter direito ao pagamento dos valores mensais sem se prejudicar.

O Bolsa Família é um dos principais programas de transferência de renda do Brasil, criado para combater a pobreza e promover a inclusão social. Ele oferece assistência financeira direta a famílias em situação de vulnerabilidade, especialmente aquelas com crianças, adolescentes e gestantes.

Além do valor fixo por família, o programa inclui benefícios variáveis de acordo com a composição familiar e a faixa etária dos dependentes. Vinculado ao Cadastro Único, o Bolsa Família permite ao governo identificar e acompanhar as famílias mais necessitadas em todo o território nacional.

Como política pública de grande alcance, ele cumpre um papel essencial na proteção social, servindo como ponte para o acesso a outros direitos básicos e para a quebra do ciclo da pobreza. Recentemente, o programa deu um passo importante ao incluir um novo grupo de trabalhadores.

Os trabalhadores temporários também terão direito de receber o Bolsa Família.
Os trabalhadores temporários também terão direito de receber o Bolsa Família. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

CCJ aprova Bolsa Família para novo grupo de beneficiários

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, em caráter conclusivo, um projeto que expande o acesso ao Bolsa Família para trabalhadores temporários. Essa medida ainda segue para o Senado, caso não haja solicitação para votação no Plenário.

Contudo já representa um avanço no reconhecimento das dinâmicas do mercado de trabalho informal e sazonal. A iniciativa modifica as regras de cálculo da renda familiar mensal, desconsiderando os rendimentos obtidos por meio de contratos de experiência e contratos de safra.

Essa mudança busca acabar com a exclusão de famílias que, ao aceitarem empregos temporários de curta duração, ultrapassavam momentaneamente o limite de renda exigido e, por isso, perdiam o benefício. Ao flexibilizar esse critério, o governo incentiva que beneficiários busquem inserção no mercado formal.

A proposta, de autoria do deputado Mário Heringer (PDT-MG) e relatada pela deputada Bia Kicis (PL-DF), reflete uma compreensão mais realista das formas de trabalho disponíveis para populações de baixa renda, que inclui pessoas com vínculo informal de serviço.

Para muitos, essas ocupações temporárias são as únicas portas de entrada no mercado formal, funcionando como oportunidades de qualificação e geração de renda sem comprometer a estabilidade do suporte social que o Bolsa Família representa.

Saiba mais: BPC 2025: valor, inscrição, quem tem direito, como pedir e MAIS – Bolsa Família

Como funciona a elegibilidade ao programa?

Para ter direito ao Bolsa Família, a família precisa estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e apresentar renda familiar mensal por pessoa igual ou inferior a R$ 218. O sistema verifica os dados de forma automatizada, mês a mês, para definir quem pode ser incluído.

Ainda que esteja registrada no CadÚnico, a família não entra automaticamente no Bolsa Família. O processo de seleção é dinâmico e depende da disponibilidade orçamentária do governo, o que torna fundamental manter os dados atualizados.

Dentro do cálculo da renda familiar, a legislação já exclui valores de caráter eventual ou indenizatório, como benefícios temporários, indenizações e outras transferências assistenciais pontuais. A nova proposta segue essa lógica ao retirar da base de cálculo os ganhos obtidos em contratos temporários.

Regras para manter o Bolsa Família

As famílias beneficiárias devem cumprir uma série de compromissos para continuar recebendo o Bolsa Família. Entre eles, garantir a frequência escolar das crianças e adolescentes, manter a caderneta de vacinação atualizada, realizar o acompanhamento pré-natal e atualizar o CadÚnico.

O não cumprimento dessas exigências pode resultar na suspensão ou até no cancelamento do benefício, dependendo da gravidade e da recorrência da infração. Por isso, é essencial que as famílias estejam cientes dessas responsabilidades e mantenham contato com o CRAS de sua região.

Além disso, as regras de permanência no programa também consideram o rendimento familiar ao longo do tempo. Mesmo que a renda ultrapasse o limite em determinado momento, a chamada “regra de proteção” permite que a família continue recebendo 50% do valor do benefício por até dois anos.

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Texto também faz alterações nas regras de renda do BPC

Outra mudança trazida pelo projeto envolve o cálculo de renda familiar para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, ou seja, baixa renda.

O texto obriga o governo federal a aplicar o desconto das faixas percentuais do BPC após a conclusão da avaliação biopsicossocial unificada da deficiência, padronizando o critério e tornando sua aplicação obrigatória. Atualmente, essa decisão é apenas autorizada, o que gera insegurança no acesso.

A alteração busca garantir mais objetividade e previsibilidade no processo de avaliação de elegibilidade ao BPC, especialmente após a consolidação do diagnóstico de deficiência. Com isso, as famílias passam a ter maior clareza sobre como a renda será calculada e quais condições devem ser atendidas.

Essa medida acompanha um movimento mais amplo de ajustes nos programas sociais, voltado à inclusão e à melhoria dos mecanismos de acesso e permanência. Assim como no Bolsa Família, a proposta para o BPC visa eliminar barreiras e garantir que os direitos sociais sejam plenamente exercidos.

Como as alterações beneficiam os trabalhadores temporários?

As mudanças aprovadas representam um avanço concreto na proteção dos trabalhadores temporários, grupo frequentemente excluído por regras rígidas e desatualizadas dos programas sociais, que mais prejudicam esses trabalhadores.

Ao excluir do cálculo da renda familiar os ganhos de contratos curtos e específicos, o projeto elimina o dilema enfrentado por muitas famílias: aceitar um trabalho temporário ou manter o benefício do Bolsa Família. Agora, será possível buscar oportunidades profissionais sem o risco de perder a assistência.

Esse novo modelo de elegibilidade também pode incentivar a formalização do trabalho, uma vez que o temor da perda do benefício deixava muitos trabalhadores informais à margem do sistema. Isso pode fazer com que os beneficiários não tenham receio de encontrar emprego.

Além de ampliar a inclusão, as novas regras sinalizam uma mudança importante na abordagem do governo em relação à pobreza e ao trabalho. O programa passa a ser visto não como um ponto final, mas como parte de uma estratégia de transição e promoção da autonomia.

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