Saiba como conseguir um imóvel usado com o Minha Casa Minha Vida
Além de imóveis novos, o Minha Casa Minha Vida também facilita o acesso a imóveis usados, que podem sair mais em conta.
O programa Minha Casa Minha Vida representa uma das principais políticas públicas habitacionais do país, criado com o objetivo de garantir moradia digna para famílias de baixa e média renda. Desde seu lançamento, o programa tem ampliado o acesso à casa própria ao oferecer condições especiais.
Com gestão da Caixa Econômica Federal e recursos provenientes do FGTS, o programa passou por diversas reformulações ao longo dos anos, adaptando-se à realidade econômica e às demandas habitacionais de diferentes regiões.
Essa flexibilidade tornou o minha casa minha vida uma ferramenta essencial para enfrentar o déficit habitacional, movimentar o mercado imobiliário e estimular a economia por meio da construção civil. Mais recentemente, novas regras foram anunciadas para expandir as possibilidades dentro do programa.

Neste artigo, você confere:
Minha Casa Minha Vida ajuda na aquisição de imóveis usados
Ao contrário do que muitos ainda acreditam, o Minha Casa Minha Vida também permite o financiamento de imóveis usados, desde que respeitadas certas condições estabelecidas pelas normas do programa. A mudança, implementada em fevereiro de 2023, ampliou as oportunidades para imóveis usados.
Essa possibilidade atraiu atenção de quem busca opções mais acessíveis ou imóveis em regiões onde a oferta de novos empreendimentos é limitada. Dessa forma, o programa passou a atender também aquelas que preferem unidades usadas, seja por localização, preço ou disponibilidade.
Em maio de 2024, o governo federal criou a faixa 4, voltada para famílias com renda mensal de até R$ 12 mil, que agora podem também utilizar os benefícios do programa na compra de usados. Além disso, foram adotadas medidas para facilitar o acesso na faixa 3, de famílias com renda intermediária.
Essas decisões buscaram equilibrar a demanda crescente por imóveis usados e a necessidade de garantir condições justas de financiamento para públicos diversos. Assim, o programa ampliou seu alcance sem abandonar seu foco principal: facilitar o acesso à moradia digna para quem mais precisa.
Embora o financiamento de usados ainda represente uma parcela menor do total de contratos, ele ganhou força nos últimos anos. Em 2024, por exemplo, 27% de todos os imóveis contratados pelo Minha Casa Minha Vida foram unidades usadas, número recorde desde a criação do programa.
Esse crescimento despertou preocupações no setor da construção civil, que defende a priorização dos imóveis novos por sua capacidade de gerar empregos e movimentar o FGTS. Ainda assim, o governo reconheceu a importância dos usados como alternativa viável em locais com poucos imóveis novos.
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Quais as regras para conseguir os imóveis usados?
Para financiar um imóvel usado pelo Minha Casa Minha Vida, o interessado deve cumprir os mesmos critérios exigidos para imóveis novos, com pequenas variações específicas para essa categoria. Primeiramente, é necessário comprovar renda dentro das faixas estabelecidas pelo programa.
Também não se pode possuir outro imóvel residencial no município onde pretende adquirir o novo bem. Além disso, o beneficiário não pode ter sido contemplado anteriormente em programas habitacionais semelhantes, nem possuir restrições cadastrais que inviabilizem o crédito.
Outro ponto fundamental envolve o conceito de imóvel usado, que é definido por ter o documento de “habite-se” com emissão superior a 180 dias. Portanto, qualquer unidade com esse tempo de registro é automaticamente considerada usada pelas regras do programa.
A Caixa Econômica Federal, responsável pela operação dos contratos, exige ainda uma avaliação técnica do imóvel, assegurando que ele esteja em condições adequadas de habitação e localizado em área urbana regularizada.
As taxas de juros variam conforme a faixa de renda do solicitante. Nas faixas 1 a 3, os juros oscilam entre 4% e 8,16% ao ano, enquanto a nova faixa 4 oferece uma taxa de 10%. Esses índices são consideravelmente mais baixos do que os praticados no mercado imobiliário tradicional.
Além disso, o programa conta com subsídios proporcionais à renda familiar e à localização do imóvel, o que reduz ainda mais o valor das prestações mensais. O modelo busca tornar o financiamento acessível e compatível com a capacidade de pagamento das famílias envolvidas.
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Como se cadastrar no Minha Casa Minha Vida?
O primeiro passo para participar do programa é verificar se a família se enquadra nas faixas de renda permitidas, que vão de até R$ 2.640 (faixa 1) a até R$ 12 mil (faixa 4). Em seguida, o interessado deve procurar a prefeitura de seu município ou uma entidade organizadora conveniada com o governo.
Nessas instituições, os dados da família são inseridos no sistema do CadÚnico, que centraliza as informações de programas sociais do governo federal. Essa etapa é essencial para que o cidadão possa ser selecionado e convocado a iniciar o processo de financiamento.
Após o cadastro, o próximo passo é escolher o imóvel e apresentar a documentação exigida pela Caixa. Entre os documentos solicitados estão RG, CPF, comprovantes de residência e renda, certidão de estado civil e documentos do imóvel pretendido.
Caso o imóvel escolhido se enquadre nas regras do programa, a Caixa faz a simulação do financiamento e, se aprovado, o contrato é assinado. Vale lembrar que o processo pode variar ligeiramente dependendo da faixa de renda e da modalidade do imóvel (novo ou usado).
O acompanhamento do andamento da solicitação pode ser feito pelo aplicativo Habitação Caixa ou diretamente com o gerente responsável. Além disso, o site oficial do programa oferece informações atualizadas sobre regras, prazos e faixas de financiamento.
O interessado também pode consultar a situação de seu cadastro por meio da central de atendimento da Caixa. Dessa forma, o processo se torna mais acessível, transparente e eficiente para todos os participantes, independentemente da faixa de renda ou da região do país.
O que mudou em 2025?
As regras do Minha Casa Minha Vida passaram por ajustes em 2025 com o objetivo de suavizar as restrições impostas em 2024, especialmente para a faixa 3. Embora o valor máximo dos imóveis usados tenha permanecido em R$ 270 mil, o governo reduziu o valor mínimo de entrada exigido para aquisição.
Isso torna o processo mais acessível, especialmente para famílias de regiões onde a oferta de imóveis novos é escassa. O foco está em equilibrar as necessidades do mercado imobiliário com a capacidade real de pagamento da população atendida.
Nas regiões Sul e Sudeste, o valor mínimo de entrada caiu de 50% para 35% do valor do imóvel, o que representa uma redução significativa para quem busca um imóvel usado de até R$ 270 mil. Já nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a entrada mínima caiu de 30% para 20%.
O presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário afirmou que, apesar de as mudanças não serem radicais, elas representam um alento para o setor e para os compradores. A medida oferece novo fôlego ao mercado de usados e contribui para reduzir o déficit habitacional de forma mais abrangente.
Dessa forma, o programa mantém seu compromisso com a habitação social, mas sem abrir mão da sustentabilidade financeira do FGTS e da construção civil, que também são pilares da política habitacional brasileira.