Governo vai cobrar IPVA de bicicletas? Entenda a proposta
Até hoje, as bicicletas nunca tiveram que enfrentar nenhum tipo de cobrança de imposto. Isso pode mudar com a proposta de cobrança do IPVA.
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é um tributo estadual cobrado anualmente de proprietários de veículos automotores registrados no país. A arrecadação do IPVA financia, em partes iguais, os cofres estaduais e municipais, contribuindo para investimentos sociais.
Por definição legal, o imposto incide sobre veículos que possuam motor próprio, como carros, motos, caminhões e ônibus, além de embarcações e aeronaves, conforme a legislação de cada estado. No entanto, o cenário tem mudado com o avanço da tecnologia.
Diante disso, surgem propostas que discutem a possibilidade de incluir outros tipos de veículos, como as bicicletas, no rol de contribuintes do imposto. Esse debate vem ganhando força e mobilizando diferentes setores da sociedade brasileira.

Neste artigo, você vai ver:
Governo pretende cobrar IPVA das bicicletas?
A proposta de cobrar IPVA sobre bicicletas passou a circular com mais intensidade em 2025, provocando reações imediatas da sociedade civil, especialistas em mobilidade e representantes do setor público. A ideia surgiu diante do aumento expressivo da utilização de bicicletas, especialmente elétricas.
Com esse crescimento, alguns legisladores enxergaram a oportunidade de ampliar a base de arrecadação do imposto, argumentando que esse novo público deveria contribuir com os custos da infraestrutura cicloviária. A medida, contudo, divide opiniões, pois envolve um modal considerado sustentável.
Além disso, o argumento de que bicicletas de alto valor se assemelham a veículos de luxo fortaleceu a visão de que seria possível equiparar a tributação entre automóveis e bicicletas sofisticadas. Mesmo assim, especialistas destacam que o uso da bicicleta ainda representa um esforço sustentável.
A eventual tributação pode gerar efeitos colaterais, como o desestímulo ao uso da bicicleta e o retrocesso em políticas públicas voltadas à mobilidade sustentável. Por isso, o tema exige análise cautelosa e debate ampliado com a sociedade.
Como anda a tramitação do projeto?
Em 2025, a tramitação de propostas relacionadas ao IPVA para bicicletas encontra-se em estágio inicial em diversas assembleias legislativas estaduais. Embora o Congresso Nacional também tenha sido citado em discussões, nenhuma lei federal obriga, até o momento, o pagamento desse imposto de ciclistas.
Os projetos em análise ainda passam por audiências públicas, debates técnicos e consultas com especialistas das áreas jurídica, ambiental e de mobilidade urbana. A maioria das propostas enfrenta resistência e críticas, o que torna improvável sua aprovação em curto prazo.
Saiba mais: Mutirão do INSS foca em liberação facilitada do BPC: não perca tempo! – Bolsa Família
Realmente existe possibilidade de cobrança do IPVA de bicicletas?
Segundo a legislação atual, o IPVA incide apenas sobre veículos automotores, ou seja, aqueles que possuem motor próprio para locomoção. Bicicletas convencionais, por não se enquadrarem nessa definição, não podem ser legalmente tributadas com IPVA.
Esse entendimento é amplamente aceito pelos estados e reforçado por interpretações jurídicas que sustentam a natureza não motorizada das bicicletas tradicionais. Portanto, para bicicletas sem qualquer tipo de motor, não existe possibilidade de cobrança desse imposto.
No entanto, o avanço das bicicletas elétricas gerou um novo cenário jurídico. Em alguns estados, bicicletas com motor elétrico, especialmente as que ultrapassam certos limites de potência, são classificadas como ciclomotores.
Esse enquadramento técnico abre margem para a discussão sobre a aplicação do IPVA, já que ciclomotores, em determinadas condições, já são tributados. Apesar disso, não existe consenso entre os entes federativos, o que torna o cenário fragmentado e juridicamente controverso.
Mesmo com essa brecha legal, a criação de uma norma nacional que obrigue o pagamento do IPVA para bicicletas exigiria mudanças profundas na legislação vigente. Isso envolveria alterações no Código de Trânsito Brasileiro e na regulamentação fiscal dos estados, o que não é simples nem imediato.
Veja outros: Nova parcela do Pé-de-Meia já tem data marcada para cair: veja o calendário – Bolsa Família
Por que essa discussão surgiu?
O debate sobre a tributação de bicicletas ganhou visibilidade com o crescimento do uso desse meio de transporte no Brasil, especialmente em grandes cidades que enfrentam congestionamentos, poluição e sobrecarga no transporte público.
Com a popularização das bicicletas, principalmente as elétricas, aumentou também o valor de mercado desses veículos. Muitos modelos ultrapassam o preço de motocicletas, despertando o interesse de legisladores em propor medidas tributárias voltadas a essa nova realidade.
Outro fator que impulsionou o debate foi a percepção de que a infraestrutura cicloviária precisa de investimentos mais robustos e permanentes. Para alguns defensores da proposta, a cobrança de um imposto específico poderia ser revertida diretamente em melhorias para ciclovias, por exemplo.
Ainda assim, essa justificativa enfrenta resistência, pois o ônus recairia sobre os próprios usuários, o que contraria o princípio de incentivo à mobilidade sustentável. Organizações da sociedade civil e grupos de ciclistas argumentam que tais investimentos devem partir do orçamento geral.
Além disso, o avanço tecnológico e a diversificação dos modais urbanos pressionam o sistema tributário a se atualizar. Com a chegada de patinetes, scooters elétricas e outras formas de mobilidade individual, o debate sobre como regular e tributar esses novos veículos ganhou força.
Veja mais: Foi demitido? Veja como, onde e quando solicitar o seguro-desemprego – Bolsa Família