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Golpistas estão usando CPFs verdadeiros com nomes falsos: cuidado com seu documento

Diversos golpistas estão utilizando números verdadeiros de CPF com nomes falsos para ter acesso a serviços diversos prejudicando outras pessoas.

Nos últimos anos, o número de golpes digitais cresceu de forma alarmante no Brasil, impulsionado pela popularização das tecnologias e pela crescente exposição de dados pessoais na internet. Golpistas têm se aproveitado de falhas nos sistemas de segurança para aplicar fraudes cada vez mais sofisticadas.

Entre os golpes mais comuns, destacam-se os relacionados a identidades falsas, clonagem de documentos, uso indevido de CPFs e manipulação de informações para acessar crédito, benefícios ou serviços financeiros.

Em especial, o uso de identidade sintética ganhou força, dificultando a detecção de fraudes e colocando em risco tanto consumidores quanto empresas. Diante desse cenário, entender como atuam esses criminosos e saber como se proteger tornou-se fundamental para evitar prejuízos pessoais e coletivos.

Atualmente, golpistas estão ampliando ainda mais os golpes envolvendo CPFs.
Atualmente, golpistas estão ampliando ainda mais os golpes envolvendo CPFs. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Golpistas utilizam números verdadeiros de CPFs com nomes falsos

Os golpistas modernos adotaram uma estratégia altamente eficaz e difícil de detectar: a criação de identidades sintéticas. Nesse esquema, eles combinam dados verdadeiros, como números de CPF válidos, com nomes e outras informações falsas, criando perfis aparentemente legítimos.

Essa técnica tem se mostrado muito eficaz porque os sistemas de verificação muitas vezes não identificam a combinação irregular de dados. Dessa forma, os criminosos conseguem acessar serviços financeiros, abrir contas bancárias e até obter crédito em nome dessas identidades fraudulentas.

O problema se agrava quando os CPFs utilizados pertencem a pessoas que tiveram seus documentos roubados ou extraviados e sequer percebem o uso indevido de suas informações. Essas práticas criminosas provocaram um aumento expressivo nas fraudes em 2024.

De acordo com levantamentos recentes, o número de golpes com identidades sintéticas cresceu 140%, atingindo especialmente setores com verificações digitais. Um dos mais afetados foi o de apostas esportivas, onde as fraudes subiram 231%.

Nesse contexto, os golpistas encontraram uma brecha para aplicar seus esquemas, aproveitando-se de sistemas frágeis e da ausência de tecnologias robustas de autenticação. A mistura de dados reais e fictícios permite a criação de perfis altamente convincentes, o que dificulta ainda mais a identificação.

Além disso, o uso de deepfakes ampliou a capacidade dos golpistas. A tecnologia, que simula vídeos e áudios de forma quase perfeita, aumentou em 700% os registros de fraude no Brasil apenas no primeiro semestre de 2024.

Plataformas de verificação de identidade, bancos e empresas de tecnologia passaram a enfrentar grandes desafios para distinguir entre um usuário legítimo e uma falsificação digital. Como resultado, os criminosos têm explorado essas brechas com velocidade impressionante.

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Como se proteger desses golpistas?

A proteção contra golpistas que utilizam identidades sintéticas começa pela conscientização do usuário. Manter os dados pessoais protegidos, evitar o compartilhamento de informações sensíveis e utilizar senhas fortes e únicas são atitudes básicas, mas extremamente eficazes.

Além disso, é fundamental evitar cadastrar o CPF em sites não confiáveis, redes públicas ou formulários desconhecidos. Essas práticas simples dificultam o acesso de criminosos às informações e reduzem as chances de uso indevido.

Com o aumento das fraudes, cada indivíduo precisa assumir a responsabilidade de proteger seus próprios dados, adotando medidas ativas para evitar golpes. Outra forma de se proteger envolve o uso de autenticação em dois fatores e a verificação constante dos extratos bancários e de crédito.

Muitas instituições oferecem alertas de movimentações suspeitas ou notificações de tentativas de acesso, o que permite agir rapidamente em caso de fraude. Ferramentas de proteção como antivírus atualizados e aplicativos de segurança também ajudam a detectar atividades maliciosas antes que elas causem danos.

Da mesma forma, o uso de biometria, reconhecimento facial e outras formas de autenticação avançada reforça a barreira contra ações fraudulentas. Empresas e consumidores devem caminhar juntos nesse processo de prevenção.

Além disso, as empresas têm a obrigação de investir em tecnologias capazes de identificar padrões de comportamento anômalos. Soluções baseadas em inteligência artificial e aprendizado de máquina já estão disponíveis no mercado e podem detectar irregularidades em tempo real.

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Como saber se meu CPF foi usado em fraudes?

Descobrir se um CPF foi utilizado indevidamente por golpistas pode evitar prejuízos e permitir uma resposta rápida. O primeiro passo é monitorar com frequência o CPF por meio de serviços de proteção ao crédito, como Serasa, SPC Brasil ou Boa Vista.

Essas plataformas informam sempre que houver novas consultas, registros de dívidas ou aberturas de contas em seu nome. Se o usuário perceber alguma atividade que não reconhece, deve agir imediatamente, comunicando o ocorrido à instituição envolvida e registrando um boletim de ocorrência.

Também é recomendável consultar o relatório do Registrato, sistema do Banco Central que mostra todas as contas, empréstimos e financiamentos vinculados ao CPF. Esse serviço gratuito permite visualizar se houve alguma movimentação desconhecida, como abertura de conta em banco.

Em caso de inconsistência, a pessoa deve contatar o banco responsável para bloqueio imediato e iniciar o processo de contestação. Quanto mais rápido o problema for identificado, maiores as chances de resolução sem prejuízos permanentes.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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