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Entidade investigada na fraude do INSS prejudicou 1500 segurados por HORA: confira

A fraude do INSS ainda está sendo palco de diversas descobertas alarmantes sobre descontos indevidos nos pagamentos de segurados.

A recente fraude do INSS trouxe à tona um esquema preocupante envolvendo associações que exploraram falhas no sistema para aplicar descontos indevidos em aposentadorias e pensões, levando segurados a perderem dinheiro todos os meses sem saber.

As investigações mostram que entidades sem estrutura adequada conseguiram firmar acordos com o INSS para aplicar cobranças diretas nos benefícios de milhares de segurados, sem autorização válida. Essa situação revela não apenas práticas criminosas, mas também uma fragilidade das análises.

Diante da escala da fraude e dos prejuízos causados, o episódio reacende o debate sobre a segurança dos dados dos beneficiários e a necessidade urgente de mecanismos mais eficazes de fiscalização e controle. O caso também chama a atenção para o papel da CGU e da Polícia Federal.

A fraude do INSS ainda está gerando muita indignação nos beneficiários.
A fraude do INSS ainda está gerando muita indignação nos beneficiários. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Associação investigada pela fraude do INSS afetou 1.500 aposentados por hora

De acordo com o relatório da Controladoria-Geral da União, uma das associações investigadas chegou a registrar a filiação de até 1.500 aposentados por hora, o que evidencia a dimensão e a velocidade com que o esquema se desenvolveu.

A CGU identificou que essas adesões ocorriam em períodos concentrados, seguidos de longos intervalos sem qualquer atividade, o que indica manipulação sistêmica e inserção em massa de dados. Esse padrão de filiações anormais aponta um descontrole total por parte do INSS, que não avaliava corretamente.

Outro ponto alarmante é a superficialidade dos processos de checagem utilizados pelo INSS para validar a capacidade operacional dessas associações. Muitas delas sequer possuíam estrutura física ou funcional compatível com o volume de aposentados que alegavam representar.

A CGU também identificou que muitas assinaturas digitais utilizadas para validar as autorizações de desconto não passavam por qualquer verificação. Em reunião realizada em junho de 2024, representantes do INSS e da Dataprev admitiram que não tinham capacidade de validar a autenticidade das assinaturas.

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Como funcionou a fraude do INSS?

Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela CGU, o esquema se baseava na celebração de acordos entre o INSS e associações que prometiam prestar serviços como convênios com academias e planos de saúde.

Embora alegassem oferecer vantagens, essas entidades agiam sem o consentimento legítimo dos beneficiários, cobrando mensalidades que eram descontadas diretamente da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas. Esses valores sequer correspondiam a serviços efetivamente prestados.

O núcleo da fraude do INSS envolvia a falsificação de documentos e autorizações de filiação, o que permitia às associações simular o interesse dos aposentados em aderir aos serviços. Esse método permitiu a aplicação de milhares de descontos sem qualquer comunicação prévia com os prejudicados.

O relatório da CGU também revelou que cerca de 70% das 29 associações analisadas não apresentaram ao INSS a documentação obrigatória para realizar os descontos. Esse dado reforça a tese de negligência na análise e validação dos convênios firmados.

Além disso, a estrutura técnica frágil da Dataprev e a falta de critérios rigorosos para autorizações digitais facilitaram a atuação dessas entidades. O caso teve repercussão imediata na cúpula do INSS, resultando no afastamento e posterior demissão do então presidente do órgão, além da suspensão de servidores.

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O que está sendo feito para mitigar esse problema?

Após a divulgação da fraude do INSS, o governo federal adotou medidas emergenciais para estancar os prejuízos e iniciar a reestruturação dos processos internos de validação. O afastamento imediato de servidores envolvidos e a demissão do presidente do INSS indicam a gravidade do caso.

Além disso, novas diretrizes estão em formulação para exigir auditoria mais rigorosa dos convênios firmados com associações e sindicatos. A CGU também recomendou que todas as autorizações de desconto passem a ser confirmadas diretamente com os beneficiários, evitando assim fraudes futuras.

Paralelamente, a Dataprev deverá ser submetida a reavaliação técnica, com foco na verificação da eficácia do uso de assinaturas digitais. A proposta em discussão visa implementar autenticação em dois fatores, bem como a exigência de confirmação ativa do beneficiário.

Essas mudanças podem aumentar a segurança e evitar novos episódios de fraude institucionalizada, como o que foi identificado. Além disso, parlamentares articulam a criação de uma comissão para fiscalizar e propor melhorias na política de descontos em benefícios previdenciários.

Outra ação importante é a suspensão temporária de todos os convênios com entidades investigadas. O INSS anunciou a revalidação de todos os acordos vigentes, com análise documental completa e cruzamento de dados cadastrais.

A revisão abrangerá a verificação das autorizações de descontos feitas nos últimos cinco anos. O órgão também deverá comunicar os beneficiários sobre qualquer alteração, exigindo consentimento atualizado para continuidade das cobranças. Com essas medidas, espera-se restabelecer a confiança no sistema.

Como saber se tenho descontos indevidos no benefício?

  • Acesse o site ou aplicativo Meu INSS com login no Gov.br
  • Clique em Extrato de Pagamento de Benefício para visualizar os descontos mensais
  • Verifique a seção Descontos Diversos e identifique nomes de associações desconhecidas
  • Se encontrar cobranças suspeitas, clique em Solicitar Revisão ou registre uma denúncia
  • Entre em contato com a Central 135 para informações detalhadas sobre os valores
  • Caso necessário, dirija-se a uma agência do INSS com documento de identidade e extrato impresso
  • Acompanhe atualizações e comunicações no aplicativo para garantir que nenhum novo desconto seja feito sem sua autorização

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