Contratações do Minha Casa Minha Vida disparam após criação da Faixa 4: veja como participar
O Minha Casa Minha Vida chegou com uma nova faixa de atendimento, dessa vez voltada para pessoas que recebem até R$ 12 mil mensais.
O programa Minha Casa Minha Vida representa uma das principais iniciativas públicas para promover o acesso à moradia no país. Criado para facilitar a compra de imóveis por famílias de baixa e média renda, o programa oferece condições de financiamento atrativas, com juros reduzidos e prazos longos.
Com foco na habitação de interesse social, a política habitacional busca não apenas garantir o direito à moradia, mas também estimular o setor da construção civil, gerar empregos e movimentar a economia. Tudo isso através de subsídios acessíveis.
Ao longo dos anos, o programa passou por reformulações para atender melhor à diversidade de perfis dos brasileiros, adaptando-se às variações econômicas e às necessidades habitacionais regionais. Entre as mudanças mais recentes, destaca-se a criação de uma nova faixa de renda.

Neste artigo, você vai ver:
Minha Casa Minha Vida cria faixa 4
A mais recente expansão do Minha Casa Minha Vida introduziu a chamada Faixa 4, voltada para famílias com renda bruta mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A criação dessa categoria surgiu como resposta à demanda da classe média por condições de financiamento mais acessíveis.
Ao ampliar o limite de renda, o governo visa atender um público que, até então, encontrava dificuldades para financiar imóveis com condições atrativas pelo modelo tradicional. Com a nova faixa, é possível financiar imóveis de até R$ 500 mil, com prazos estendidos de até 35 anos.
A criação da Faixa 4 alivia a pressão sobre o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que enfrenta limitações de recursos por depender fortemente da poupança. A inclusão dessa nova faixa também equilibra a distribuição dos financiamentos.
Isso porque atua alocando parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para famílias de médio poder aquisitivo. Além disso, a Faixa 4 contribui para dar maior previsibilidade à concessão de crédito e favorece o planejamento habitacional de um número maior de brasileiros.
Essa nova categoria do programa fortalece a atuação da Caixa Econômica Federal como principal operadora do crédito habitacional no país. A instituição já lidera o mercado, sendo responsável por mais de 99% dos contratos assinados dentro do Minha Casa Minha Vida.
Regras da faixa 4
- Renda familiar bruta mensal entre R$ 8 mil e R$ 12 mil
- Imóvel financiado com valor de até R$ 500 mil
- Prazo de pagamento de até 420 meses (35 anos)
- Não possuir outro imóvel residencial no país
- Não ter sido beneficiado anteriormente por programas habitacionais
- CPF regular e aptidão para financiamento junto à Caixa Econômica Federal
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Minha Casa Minha Vida dispara após criação da faixa 4
A criação da Faixa 4 impulsionou de forma significativa o volume de contratações do Minha Casa Minha Vida, que superou, pela primeira vez, o crédito imobiliário tradicional operado pela Caixa. No primeiro trimestre de 2025, a instituição registrou R$ 49,3 bilhões em contratações.
Isso somando os recursos do SBPE e do FGTS. Esse desempenho reflete um aumento de 4,6% em relação ao trimestre anterior, o que indica uma retomada consistente da atividade no setor imobiliário, mesmo em um cenário de juros elevados.
A Caixa financiou mais de 164 mil imóveis entre janeiro e março, beneficiando mais de 656 mil pessoas. Esse avanço consolidou um saldo total de carteira imobiliária de R$ 850,4 bilhões em março de 2025, crescimento expressivo de 12,7% em comparação com o ano anterior.
O aumento das contratações sinaliza que a inclusão da nova faixa realmente preencheu uma lacuna no programa, ao atrair famílias de renda média que antes não conseguiam boas condições de financiamento fora do SBPE.
Para garantir o equilíbrio e evitar riscos de falta de recursos, a Caixa tem apostado na diversificação das fontes de captação, como o aumento da emissão de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e a elevação dos depósitos em poupança.
Redução de valor máximo de crédito para compra de imóveis
Enquanto o Minha Casa Minha Vida se expande, o crédito imobiliário tradicional passa por ajustes importantes para se adequar às limitações de recursos disponíveis. Diante da alta da taxa Selic, que reduz a atratividade da poupança, a Caixa reduziu o valor máximo de financiamento no âmbito do SBPE.
Isso surgiu como forma de controlar a demanda e manter o fluxo de concessões ativo. Agora, os compradores só podem financiar até 70% do valor do imóvel pelo sistema SAC, enquanto a Tabela Price permite apenas até 50%, ante os 80% anteriores.
Essa decisão estratégica garante que o banco preserve o orçamento destinado à habitação, principalmente para as camadas de menor renda e dentro dos programas sociais. Com parcelas iniciais mais altas no SAC e menos parcelas fixas na Price, a mudança exige maior capacidade financeira inicial.
Ao mesmo tempo, a Caixa continua buscando soluções de longo prazo, como a possível utilização do fundo do pré-sal para reforçar o volume de recursos habitacionais. A vice-presidência de habitação avalia que essa seria uma solução importante para dar mais estabilidade ao setor.
Outras medidas, como a redução do prazo de carência das LCIs para seis meses, também contribuem para baratear a captação de recursos. Assim, o banco equilibra políticas de acesso à moradia com mecanismos de controle financeiro sustentáveis.
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