Os motoristas estão perto de ganhar mais uma opção de consignado, dessa vez com descontos diretamente nas corridas.
O consignado se tornou um dos instrumentos de crédito mais utilizados no Brasil, especialmente porque oferece taxas de juros geralmente menores que outras modalidades. Ele funciona com desconto automático das parcelas no salário, aposentadoria ou benefício, garantindo ao banco maior segurança.
Agora, o cenário se amplia para os motoristas e entregadores de aplicativos, que somam mais de 2,2 milhões de trabalhadores e movimentam parte importante da economia. A decisão de incluir essa categoria abre novas possibilidades, mas também desperta dúvidas sobre regras, limites, juros e prazos.
Por isso, compreender os detalhes da nova linha de crédito é essencial para que esses profissionais avaliem riscos e benefícios antes de aderirem ao consignado. É importante ficar atento aos detalhes para não se perder no processo.
Neste artigo, você vai ver:
Nova modalidade de consignado para motoristas
A nova lei sancionada pelo governo em julho permite que motoristas e entregadores de aplicativo tenham acesso ao consignado, mas a utilização ficará restrita à compra de veículos. Essa limitação, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, visa atender a uma das maiores demandas da categoria.
Uma delas, aliás, é a renovação da frota de motos e carros. Ao mesmo tempo, gera frustração em quem gostaria de aplicar o dinheiro em outras finalidades, como quitar dívidas ou investir em melhorias pessoais.
Outra questão importante é que o desconto das parcelas será limitado a 30% da média dos valores recebidos pelo trabalhador em determinado período. O cálculo, no entanto, ainda não foi detalhado oficialmente, já que não se sabe se será considerada a média dos últimos três, seis ou mais meses.
Taxas de juros e limite de contratação
Apesar da novidade, ainda não existe definição sobre o teto das taxas de juros que poderão ser cobradas no consignado para motoristas e entregadores. Isso significa que os bancos terão liberdade para aplicar percentuais conforme sua análise de risco.
Isso é o que preocupa a categoria, já que muitos acreditam que os juros podem ser elevados. Para comparação, trabalhadores com carteira assinada que recebem até dois salários mínimos pagam taxas médias acima de 4% ao mês.
Esse cenário mostra que a contratação exigirá cautela, porque, embora o desconto automático represente menor risco para as instituições, não há garantias de que as condições sejam favoráveis para os motoristas.
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Desconto das parcelas do consignado
O processo de pagamento do consignado seguirá regra direta: cada corrida ou entrega paga pelo aplicativo passará por desconto automático da parcela do empréstimo. Para isso, o trabalhador deverá indicar conta vinculada ao banco que concedeu o crédito, garantindo a transferência imediata.
Além disso, se o trabalhador quitar a dívida ou encerrar a operação por outro motivo, poderá trocar de conta livremente. Enquanto a obrigação existir, porém, os valores continuarão entrando na conta determinada pelo banco credor.
Como fica o empréstimo de quem parar de trabalhar com app?
Caso o motorista ou entregador deixe de atuar em plataformas, a lei prevê duas soluções. A primeira é a substituição da fonte pagadora, ou seja, o desconto passa a ser feito em outra conta indicada pelo trabalhador.
A segunda alternativa é a renegociação direta entre banco e cliente, o que pode alterar prazos, valores e até juros. Assim, o contrato não desaparece com a saída do aplicativo, e a responsabilidade pelo pagamento continua ativa.
Esse ponto gera debate, porque muitos motoristas atuam em mais de uma plataforma e podem ter rendimentos instáveis. Sem regras claras de como lidar com essas situações, o risco de inadimplência pode aumentar.
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Quando a contratação fica disponível?
Apesar da sanção da lei, a contratação do consignado ainda não tem prazo definido para motoristas e entregadores. A Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia, que reúne os principais aplicativos, afirma que a liberação depende de regulamentação específica do governo.
O processo envolve integração de sistemas entre bancos e plataformas, o que exige ajustes técnicos e definição de regras de compartilhamento de dados dos trabalhadores. Enquanto isso, cresce a expectativa dos profissionais, que enxergam no consignado uma chance de melhorar veículos.
No entanto, sem clareza sobre prazos, muitos ficam receosos de contar com essa linha de crédito como alternativa imediata. As negociações continuam em andamento, mas ainda sem previsão oficial de quando a modalidade entrará em vigor.
Quem tem nome sujo consegue contratar o consignado?
Outro ponto sensível é a situação dos motoristas e entregadores com nome em restrição ou sem conta-corrente. Nesses casos, não há garantia de acesso ao consignado, porque a liberação dependerá da análise de risco de cada banco.
Assim, trabalhadores negativados podem enfrentar barreiras adicionais, mesmo com desconto direto em seus ganhos. Essa limitação reforça a importância de políticas de inclusão financeira, já que parte significativa da categoria enfrenta dificuldades de crédito no sistema bancário tradicional.
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