Benefícios

Saiba como funciona e quem tem direito à aposentadoria especial

A aposentadoria especial é uma modalidade que pode acessar milhares de brasileiros, dependendo da área em que trabalham.

O sistema previdenciário brasileiro contempla diferentes modalidades de aposentadoria, cada uma adaptada a realidades específicas de trabalho e contribuição. Dentro do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), administrado pelo INSS, o segurado pode acessar benefícios diversos.

Tudo varia conforme o tempo de contribuição, a idade, a incapacidade ou as condições especiais de sua atividade profissional. Entre essas modalidades, destaca-se aquela destinada a quem exerce funções em ambientes ou condições que colocam a saúde ou a integridade física em risco.

Por envolver regras próprias, requisitos diferenciados e documentação específica, esse benefício desperta dúvidas frequentes. A relevância do tema cresce à medida que reformas previdenciárias alteram critérios e impactam o planejamento de quem pretende se aposentar.

Se você é trabalhador, veja se pode ter direito à aposentadoria especial.
Se você é trabalhador, veja se pode ter direito à aposentadoria especial. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

O que é a aposentadoria especial do INSS?

A aposentadoria especial é um benefício concedido pelo INSS a trabalhadores que atuam expostos, de forma contínua, a agentes nocivos à saúde ou à integridade física. Diferente das demais modalidades, ela considera o risco da atividade como elemento central para a concessão.

O diferencial está no tempo mínimo exigido, que varia conforme a intensidade do risco ou de agentes de risco. Para atividades de alto risco, exige-se 15 anos de contribuição; para risco médio, 20 anos; e para risco baixo, 25 anos.

Assim, quem exerce funções como vigilantes armados, eletricitários de alta tensão ou trabalhadores expostos a ruídos intensos, radiações, químicos ou agentes biológicos pode se aposentar antes das demais categorias.

Outro ponto que distingue a aposentadoria especial das demais modalidades é a possibilidade de reconhecimento mesmo para atividades não previstas explicitamente na legislação, desde que o trabalhador comprove a nocividade.

Saiba mais: INSS suspende banco responsável pelo pagamento de aposentadorias por violação de contrato – Bolsa Família

Quais as regras da aposentadoria especial após a Reforma da Previdência?

As mudanças trazidas pela Reforma da Previdência impactaram diretamente a aposentadoria especial, especialmente para quem ainda não havia cumprido os requisitos antes da nova legislação. Entre as alterações, destacam-se a exigência de idade mínima em alguns casos.

Quem cumpriu os requisitos até 13/11/2019

Os segurados que completaram o tempo mínimo de exposição antes dessa data mantêm o direito adquirido. Para eles, não se exige idade mínima, apenas a comprovação do período necessário de exposição ao agente nocivo.

Quem estava filiado antes, mas não tinha cumprido o tempo

Para quem já contribuía, mas não completou o tempo exigido, aplica-se a regra de pontos. Soma-se a idade do segurado ao tempo total de contribuição, considerando períodos especiais e comuns. Os pontos variam conforme o grau de risco:

  • 66 pontos para alto risco com 15 anos especiais;
  • 76 pontos para médio risco com 20 anos especiais;
  • 86 pontos para baixo risco com 25 anos especiais.

Quem se filiou a partir de 14/11/2019

Para novos segurados, a regra permanente exige idade mínima somada ao tempo de contribuição especial: 55 anos para alto risco, 58 anos para médio risco e 60 anos para baixo risco, respeitando os períodos de 15, 20 e 25 anos, respectivamente.

Veja mais: Esqueça a idade mínima: estas regras do INSS liberam a aposentadoria mais cedo! – Bolsa Família

Como solicitar a aposentadoria especial?

O processo de solicitação da aposentadoria especial ocorre de forma digital pelo portal ou aplicativo Meu INSS. O trabalhador deve reunir a documentação necessária, acessar o sistema com login Gov.br e seguir as instruções.

Durante a solicitação, é essencial declarar os períodos de atividade especial e anexar todos os comprovantes. Contar com orientação jurídica não é obrigatório, mas aumenta as chances de êxito, especialmente na análise e correção de documentos.

Documentos necessários

  • Documento de identidade e CPF
  • Carteira de trabalho com registros e funções
  • Perfil Profissional Previdenciário (PPP) emitido pela empresa
  • Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT)
  • Comprovantes de adicionais de insalubridade ou periculosidade
  • Laudos e exames ocupacionais
  • Para autônomos, LTCAT elaborado por engenheiro ou médico do trabalho

A organização prévia desses documentos agiliza a análise do INSS e evita atrasos. Além disso, manter arquivos atualizados durante toda a vida profissional facilita futuras revisões ou comprovações.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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