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Beneficiários do BPC e Bolsa Família estão proibidos de apostar benefício em bets

O governo publicou uma norma que impede que beneficiários de programas sociais apostem em bets usando o dinheiro recebido.

Os benefícios sociais desempenham papel essencial no combate à desigualdade e no fortalecimento da rede de proteção das famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade. Programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, o BPC, garantem condições mínimas de dignidade.

Além disso, essas iniciativas representam um instrumento de inclusão social que ajuda a reduzir disparidades regionais e promove maior estabilidade econômica em diversos setores. Eles auxiliam com alimentação, saúde e bem-estar.

No entanto, a necessidade de proteger esses recursos cresce à medida que novas formas de consumo digital surgem, como as plataformas de apostas online, conhecidas como bets. Nesse contexto, medidas específicas passam a ser discutidas para garantir que o dinheiro dos benefícios cumpra sua função social.

O governo quer impedir que beneficiários de programas sociais continuem apostando em bets.
O governo quer impedir que beneficiários de programas sociais continuem apostando em bets. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

Governo publica norma que proíbe benefícios sociais em bets

O governo federal publicou uma norma que estabelece regras claras para impedir que recursos de programas sociais sejam utilizados em plataformas de apostas conhecidas como bets. A medida atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal.

Ela reforçou a necessidade de proteger valores destinados ao sustento de milhões de famílias em situação de vulnerabilidade. Com a decisão, beneficiários do Bolsa Família e do BPC não poderão movimentar contas em sites ou aplicativos de apostas.

De acordo com a instrução normativa, as operadoras de bets terão que implementar sistemas de verificação nos processos de cadastro e no primeiro login diário de cada usuário. Essa exigência cria barreiras que reduzem a possibilidade de beneficiários depositarem recursos em plataformas de jogos.

O prazo definido pelo governo para que as empresas se adaptem a esse modelo é de até 30 dias. Além disso, em até 45 dias, todas as operadoras deverão cruzar os CPFs já cadastrados com a base do governo que já estejam cadastradas.

Caso seja identificada alguma conta vinculada a um beneficiário de programas sociais, a plataforma terá prazo máximo de três dias para encerrar o cadastro. Essa medida reforça a fiscalização e amplia a segurança do sistema de proteção social.

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Como vai funcionar a prevenção contra bets?

O Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas, esclareceu que as verificações serão feitas em um cadastro centralizado. As plataformas de bets não terão acesso direto a todos os dados de beneficiários, mas deverão realizar consultas periódicas para confirmar a situação dos usuários.

Esse processo de checagem ocorrerá de maneira automática e sem a necessidade de intervenção manual dos apostadores. A intenção é criar um sistema robusto, em que cada tentativa de cadastro ou login passe por filtros eletrônicos integrados ao banco de dados do governo.

Outro ponto relevante é que a regra busca prevenir problemas antes que eles ocorram. Ou seja, em vez de apenas reagir a irregularidades, o governo estabeleceu um mecanismo de bloqueio imediato para quem não atende aos requisitos legais.

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Valor das apostas é preocupante

O avanço das plataformas de apostas online também preocupa autoridades pela dimensão financeira envolvida. Dados do Banco Central apontam que o fluxo movimentado em bets no Brasil pode chegar a valores entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês.

Entretanto, esse cálculo considera todo o volume de entradas e saídas, o que não significa que esse seja o gasto real dos jogadores. Segundo o Ministério da Fazenda, o valor efetivo de desembolso dos apostadores gira em torno de R$ 2,9 bilhões por mês, totalizando cerca de R$ 36 bilhões por ano.

Esse número resulta da diferença entre os depósitos realizados e os prêmios pagos pelas plataformas, revelando o montante que de fato permanece com as casas de apostas. Mesmo assim, trata-se de um volume expressivo, que mostra como o mercado de bets cresce rapidamente no país.

O dado mais relevante é que aproximadamente 17,7 milhões de brasileiros apostaram em bets apenas no primeiro semestre do ano, com gasto médio de R$ 164 por mês por apostador ativo. Ao limitar o uso de benefícios sociais nesse tipo de atividade, o governo busca reduzir riscos financeiros.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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