‘Fraude da fraude’ do INSS: veja a lista de associações que tentaram burlar as devoluções de dinheiro
Neste momento, milhares de segurados estão recebendo de volta os valores indevidos das fraudes do INSS, mas algumas associações tentaram fraudar até isso
Nos últimos anos, o INSS tem enfrentado uma série de escândalos envolvendo fraudes em descontos indevidos aplicados sobre benefícios de aposentados e pensionistas. Essas práticas, que exploram a vulnerabilidade de pessoas idosas, levantam sérias preocupações sobre a segurança dos sistemas.
Em meio a investigações e denúncias, descobriu-se um esquema ainda mais complexo, apelidado de “fraude da fraude”, em que associações tentaram burlar o processo de devolução dos valores cobrados irregularmente.
A situação exigiu uma resposta firme do governo federal, que passou a adotar medidas rigorosas para garantir a restituição dos valores e fortalecer a transparência nas relações entre o INSS, os beneficiários e as entidades envolvidas.

Neste artigo, você vai ver:
Entidades tentaram fraudar devoluções do INSS
O INSS confirmou que devolverá os valores de aposentados e pensionistas vítimas da chamada “fraude da fraude”, um esquema que dificultava o ressarcimento de quem sofreu descontos indevidos. Nesse caso, algumas entidades apresentaram documentos falsos para justificar adesões inexistentes.
Elas estavam tentando impedir que o segurado recebesse o dinheiro de volta. Segundo a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou 17 entidades envolvidas nessa prática durante uma ampla auditoria.
A investigação revelou que três entidades utilizaram apenas gravações de áudio para comprovar falsamente a autorização de descontos. Outras treze recorreram a softwares de falsificação de assinaturas, enquanto uma combinou ambos os métodos, totalizando as dezessete instituições listadas.
O INSS informou que os beneficiários dessas entidades terão direito automático à devolução, desde que sigam o mesmo procedimento aplicado aos demais casos de descontos indevidos. Para receber, o aposentado precisa contestar a cobrança no sistema do Meu INSS e depois aderir ao acordo proposto.
Os segurados que aceitarem os termos do acordo receberão os valores diretamente do INSS e abrirão mão de ações judiciais por danos morais. O governo também prorrogou o prazo para contestação dos descontos até 14 de fevereiro de 2026.
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Quais foram as entidades?
A lista oficial divulgada pelo INSS inclui 17 entidades que, segundo as investigações, apresentaram irregularidades na tentativa de comprovar autorizações de descontos. São elas:
- Aasap (Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista)
- ABCB (Amar Brasil Clube de Benefícios)
- CENAP.ASA (Central Nacional de Aposentados e Pensionistas – Santo Antônio)
- Master Prev
- Anddap (Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas)
- Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares Rurais e Empreendedores Familiares do Brasil)
- Abrapps, antes Anapps (Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas do INSS)
- Cinaap (Círculo Nacional de Assistência dos Aposentados e Pensionistas)
- Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos)
- Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical)
- Aaspa (Associação de Assistência Social à Pensionistas e Aposentados)
- Unsbras (União Brasileira de Aposentados da Previdência)
- AAPB (Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil)
- Aapen, antes ABSP (Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional)
- Caap (Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas)
- Ambec (Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos)
- Cebap (Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas)
O Sindnapi afirmou que sempre adotou métodos verificáveis de filiação, como assinatura digital, biometria facial e apresentação de documentos com selo de autenticação, alegando que 98% dos filiados autorizaram os descontos.
Já a Ambec e a Cebap argumentaram que não realizavam diretamente a captação de novos associados, atribuindo essa função a empresas de representação comercial terceirizadas, que eram responsáveis por registrar os contratos nos sistemas oficiais.
O Cinaap, por sua vez, defendeu a regularidade de todas as suas operações e destacou que utiliza validações por meio de biometria facial com dados do governo federal, garantindo autenticidade nas afiliações.
Outras entidades mencionadas, como Aasap, Conafer e Master Prev, não responderam aos questionamentos até a divulgação do relatório. O INSS reforçou que continuará analisando os documentos e as respostas apresentadas, mantendo o foco na devolução justa dos valores.
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Como pedir o dinheiro do INSS de volta?
Os aposentados e pensionistas que identificarem descontos indevidos devem realizar o pedido de devolução diretamente pelo Meu INSS, de maneira rápida e segura. Para iniciar o processo, basta acessar o aplicativo ou o site oficial, informar o CPF e a senha cadastrada.
Depois, deve-se buscar a opção “Consultar descontos de entidades”. Depois de localizar os descontos, o segurado deve marcar se os autoriza ou não, informar os dados de contato e confirmar as declarações no sistema. Esse procedimento é essencial para garantir o registro da contestação e o andamento do pedido.
Após enviar a solicitação, o usuário deve acompanhar o andamento na aba “Consultar Pedidos”. Quando o sistema indicar uma exigência, será necessário clicar em “Cumprir Exigência” e selecionar a opção “Aceito receber”, confirmando o interesse em aderir ao acordo.
Em seguida, é só clicar em “Enviar” e aguardar o depósito do valor. O pagamento é feito diretamente na conta bancária do segurado, sem necessidade de intermediários, o que torna o processo mais seguro e transparente.
Para quem não tem acesso à internet, há também a alternativa de buscar atendimento presencial nos Correios. Em parceria com o INSS, as agências auxiliam aposentados e pensionistas na verificação dos descontos e na solicitação da devolução.
Já indígenas, quilombolas e idosos com mais de 80 anos receberão automaticamente o valor na folha de pagamento, sem precisar aderir ao acordo. Com essas medidas, o INSS busca corrigir injustiças, fortalecer o combate a fraudes e garantir que cada beneficiário receba o que lhe é de direito.
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