Benefícios

Mudanças no BPC querem estimular busca por emprego formal

O governo realizou algumas alterações no BPC para que as pessoas que recebem encontrem emprego sem medo de perder acesso ao benefício

O BPC (Benefício de Prestação Continuada) representa um dos principais instrumentos de proteção social do Brasil, criado para garantir dignidade e amparo às pessoas em situação de vulnerabilidade. Ele é regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

O benefício assegura uma renda mensal mínima para idosos e pessoas com deficiência que não possuem meios de sustento. Sua relevância vai além da transferência de renda, pois promove inclusão social e contribui para a redução da desigualdade.

O BPC também simboliza o compromisso do Estado com a cidadania e com o direito à assistência social previsto na Constituição. Recentemente, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social e o INSS anunciaram mudanças importantes, que tornam o acesso e a manutenção do benefício mais ágeis.

Quem receber o BPC pode trabalhar sem medo de perder o benefício.
Quem receber o BPC pode trabalhar sem medo de perder o benefício. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / bolsadafamilia.com.br

MDS realiza mudanças no BPC

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em parceria com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), publicou uma portaria conjunta que atualiza as regras do BPC. A nova norma garante mais estabilidade aos beneficiários, principalmente na variação na renda.

Agora, o benefício será mantido sempre que a renda do último mês avaliado, ou a média dos últimos doze meses, permanecer igual ou inferior a um quarto do salário mínimo. Essa medida assegura maior continuidade no pagamento e evita a suspensão indevida de quem ainda se enquadra nos critérios.

Outra mudança significativa é a conversão automática do BPC em auxílio-inclusão para pessoas com deficiência que ingressarem no mercado de trabalho. Quando o sistema do INSS identificar que o beneficiário passou a ter uma remuneração de até dois salários mínimos, o benefício será convertido.

O ministro Wellington Dias destacou que o objetivo principal das mudanças é estimular o emprego e reduzir a burocracia. Ele explicou que, com as novas regras, quem está no BPC e consegue um emprego formal continua recebendo metade do valor do benefício, além do salário.

Caso perca o emprego, o retorno ao pagamento integral ocorre automaticamente, sem necessidade de nova perícia. Essa integração entre os dados do INSS e do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) garante mais agilidade, transparência e segurança no processo.

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Quais as regras atuais do BPC?

O BPC continua assegurando o pagamento mensal de um salário mínimo a pessoas idosas ou com deficiência que comprovem baixa renda familiar. A principal exigência é que a renda per capita do grupo familiar seja igual ou inferior a um quarto do salário mínimo vigente.

Esse cálculo considera todos os rendimentos do núcleo familiar, como aposentadorias, pensões e salários. Com a nova portaria, as variações momentâneas de renda deixam de causar suspensão imediata, tornando o benefício mais estável e menos suscetível a interrupções indevidas.

Além disso, o BPC não tem natureza previdenciária, o que significa que não exige contribuição prévia ao INSS. Ele também não paga décimo terceiro salário e não gera direito a pensão por morte. Essa característica reforça seu papel como política de assistência social, e não como benefício contributivo.

O foco é garantir o sustento básico de pessoas que, por idade avançada ou deficiência, não têm condições de trabalhar nem de prover sua própria renda. Assim, o BPC se diferencia das aposentadorias e demais auxílios previdenciários, mantendo-se como um direito fundamental previsto na LOAS.

O programa também adota critérios claros para definir quem se enquadra como pessoa com deficiência. A condição precisa causar impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo, com efeitos por pelo menos dois anos, que dificultem a participação plena na sociedade.

Quem pode solicitar?

Podem solicitar o BPC os idosos com 65 anos ou mais e as pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem baixa renda e limitação para o trabalho ou a vida independente. É necessário estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e manter os dados atualizados.

Além disso, o requerente precisa comprovar a renda familiar dentro dos limites estabelecidos e, no caso de deficiência, passar por avaliação médica e social realizada pelo INSS. Esse processo garante que o benefício seja concedido com base em critérios técnicos e transparentes.

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Como solicitar o BPC?

O pedido do BPC pode ser feito de forma totalmente digital, por meio do portal ou aplicativo “Meu INSS”, ou presencialmente nas agências da Previdência Social. Durante o processo, o solicitante deve preencher as informações corretamente, anexar os documentos solicitados e acompanhar o andamento.

O INSS realiza a análise técnica e, se necessário, agenda perícia para confirmar as condições do solicitante. Com as novas regras, o processo se torna mais simples, reduzindo o tempo de espera e aumentando a eficiência na concessão do benefício.

Documentos necessários

  • Documento de identificação com foto e CPF do requerente e dos membros da família
  • Comprovante de residência atualizado
  • Comprovante de renda de todos os integrantes do grupo familiar
  • Número de inscrição no CadÚnico
  • Laudos médicos e relatórios que comprovem a deficiência, quando for o caso
  • Procuração ou termo de representação legal, se o pedido for feito por representante

Esses documentos garantem a verificação da situação social e financeira do solicitante, permitindo uma análise justa e precisa. O BPC, ao ser concedido de forma eficiente e transparente, reforça o compromisso do governo com a proteção social e com o fortalecimento das políticas públicas voltadas à inclusão.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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