4 milhões de pessoas tiveram a declaração do IRPF detida na malha fina; veja o que fazer
Quando a declaração cai na malha fina, é necessário fazer certos procedimentos para consertá-la, garantindo acesso à restituição.
A malha fina é um dos mecanismos mais conhecidos e temidos da Receita Federal, responsável por identificar inconsistências nas declarações do Imposto de Renda. Esse processo ocorre quando há divergências entre as informações prestadas pelo contribuinte e os dados enviados.
Assim, o sistema realiza uma análise minuciosa de cada declaração para garantir que os valores informados estejam corretos e que não haja tentativas de sonegação. O processo é burocrático, mas necessário.
Por isso, compreender como funciona a malha fina é essencial para evitar problemas fiscais, atrasos na restituição e possíveis penalidades. Além disso, o acompanhamento constante das informações declaradas garante mais segurança e transparência na relação entre o cidadão e o fisco.

Neste artigo, você vai ver:
Quase 4 milhões de declarações caíram na malha fina
Em 2025, a Receita Federal recebeu 45,6 milhões de declarações do Imposto de Renda, das quais 3,971 milhões ficaram retidas na malha fina, o que representa 8,7% do total. Cerca de 66% dessas declarações já foram liberadas após regularização, restando aproximadamente 1,3 milhão de casos pendentes.
O volume mostra que muitos contribuintes ainda cometem erros simples que poderiam ser facilmente evitados com conferência e atenção aos documentos. Essa análise reforça o papel fiscalizador do fisco, que utiliza sistemas automatizados para cruzar informações e identificar inconsistências em tempo real.
O principal motivo de retenção das declarações em 2025 está relacionado às deduções com despesas médicas. Essa inversão revela que o aumento no uso de deduções médicas sem comprovação adequada tem despertado maior atenção da Receita.
Em São Paulo, por exemplo, 410.438 declarações (9,3%) caíram na malha fina entre as 4,4 milhões entregues. Dentre elas, 67% já foram regularizadas, mas 135.380 ainda permanecem retidas, representando 3,06% do total.
Os dados regionais mostram que, das declarações paulistas ainda retidas, 68,93% pertencem a contribuintes que aguardam restituição, 27,60% são de quem tem imposto a pagar e 3,47% referem-se a declarações sem saldo de imposto.
A Receita informou que enviará cartas aos contribuintes para orientar sobre a regularização, reforçando a necessidade de atenção com as deduções e cruzamentos de dados. Quem caiu na malha fina deve retificar a declaração diretamente pelo programa do IR ou pelo aplicativo Meu Imposto de Renda.
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Quais os principais motivos que levam à malha fina?
Os motivos que levam uma declaração à malha fina são variados, mas alguns aparecem com mais frequência devido à complexidade das deduções e à falta de comprovação adequada. Veja abaixo os principais:
- 32,6%: deduções com despesas médicas, geralmente por falta de recibos ou divergências nos valores declarados.
- 30,8%: omissão de rendimentos, como salários, aluguéis ou rendas de dependentes não informadas corretamente.
- 16%: deduções em geral, excluindo saúde, como gastos com educação, previdência privada e pensão alimentícia.
- 15,1%: diferenças no Imposto Retido na Fonte, quando há divergência entre o que o contribuinte declara e o que a empresa informa ao fisco.
Esses dados mostram que a maioria dos erros está relacionada à falta de conferência entre as informações prestadas e as comprovadas por fontes pagadoras. Pequenos deslizes, como esquecer de incluir rendimentos ou informar valores arredondados, já são suficientes para gerar inconsistências.
Como saber se caí?
O contribuinte pode verificar se caiu na malha fina de forma simples, acessando o Portal e-CAC (Centro de Atendimento Virtual da Receita). O sistema requer conta Gov.br com nível prata ou ouro para acesso seguro. O processo é rápido e pode ser feito em poucos passos:
- Acesse o Portal e-CAC e clique em “Entrar com gov.br”.
- Informe o CPF e avance em “Continuar”.
- Digite a senha e clique em “Entrar”.
- Vá até “Serviços em destaque” e selecione “Meu Imposto de Renda (Extrato da Dirpf)”.
Dentro do extrato, o contribuinte pode verificar se a declaração está processada, se há pendências, se a restituição foi liberada ou se existem débitos. Além disso, é possível acompanhar compensações de ofício, consultar o valor atualizado da restituição e visualizar o banco responsável pelo crédito.
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Quais status indicam que a declaração caiu na malha fina?
A Receita Federal utiliza diferentes status para indicar a situação de cada declaração. Esses indicadores ajudam o contribuinte a entender se o documento está sendo processado, retido ou já liberado. Veja os principais:
- Não entregue: o contribuinte ainda não enviou a declaração.
- Em processamento: o documento foi recebido, mas a análise ainda não foi concluída.
- Omisso de entrega: o contribuinte tem obrigação de declarar, mas ainda não enviou o documento.
- Aguardando processamento: a declaração está na fila para análise.
- Com pendências: há erros ou divergências que indicam retenção na malha fina.
- Intimação ou notificação emitida: o contribuinte deve apresentar documentos para comprovação ou recebeu lançamento de ofício.
- Em análise: o fisco recebeu os documentos e está avaliando as informações.
- Em fila de restituição: a declaração foi processada e aguarda liberação do pagamento.
- Processada: a análise terminou e a restituição ou o pagamento do imposto foi confirmado.
- Cancelada: a declaração foi anulada por decisão do contribuinte ou da Receita.
- Tratamento manual: o documento está em revisão individual, e o contribuinte deve aguardar correspondência oficial.
- Retificada: o contribuinte enviou uma nova declaração corrigindo erros da anterior.
Esses status ajudam o cidadão a compreender o estágio de sua declaração e identificar rapidamente se caiu na malha fina. Monitorar essas informações com frequência é essencial para evitar penalidades, garantir restituições em tempo hábil e manter a situação fiscal regularizada perante o fisco.
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