Recentemente, começaram a se espalhar boatos na web sobre a possibilidade de o governo librar Bolsa Família para mães de bebê reborn.
O Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda que tem como objetivo auxiliar famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil. Vinculado ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o programa visa garantir acesso a direitos básicos.
Além de proporcionar apoio financeiro, o Bolsa Família exige contrapartidas das famílias, como manter as crianças na escola e as vacinas em dia, estimulando o desenvolvimento social. Essa política pública se tornou referência internacional pela capacidade de reduzir desigualdades e promover inclusão.
Entretanto, por sua visibilidade, o programa também vira alvo constante de desinformação, como demonstrado recentemente em um vídeo manipulado envolvendo o presidente Lula e a possibilidade do pagamento para bebês reborn.
Neste artigo, você vai ver:
Vídeo de Lula promete Bolsa Família para mães de bebê reborn
Circulou nas redes sociais um vídeo no qual o presidente Lula supostamente anuncia o pagamento do Bolsa Família para mães de bebê reborn, as bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos. No vídeo, ele aparece durante uma entrevista ao podcast Podpah.
O presidente é mostrado afirmando que pretende liberar o benefício para essas mulheres, comparando-as a mães de verdade e mencionando até nomes fictícios de bonecas, para gerar ainda mais credibilidade à informação passada.
A gravação ganhou força no TikTok, especialmente entre usuários que se dizem especializados em inteligência artificial e edição com sincronização labial. O conteúdo viralizou rapidamente, gerando comentários de apoio, críticas e perplexidade entre internautas.
O governo vai mesmo pagar Bolsa Família para mães de bebê reborn?
Não. A informação de que o governo liberou Bolsa Família para mães de bebê reborn é falsa. O vídeo que circula nas redes sociais foi manipulado digitalmente por meio de ferramentas de inteligência artificial, que estão cada vez mais profissionais.
A edição utilizou um trecho real de uma entrevista do presidente ao podcast Podpah, gravada em 2 de dezembro de 2021, antes mesmo de Lula ser reeleito. Na ocasião, ele falava sobre futebol e experiências pessoais, sem qualquer menção a políticas públicas voltadas para bonecas reborn ou mães fictícias.
A manipulação utilizou sincronização labial e trechos de fala editados para fazer parecer que Lula proferiu as frases absurdas sobre o tema. Essa prática, conhecida como deepfake, tem se tornado cada vez mais comum para disseminar desinformação.
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Vídeo cai na onda da febre dos bebês reborn no país
A viralização do vídeo editado se insere dentro de uma tendência recente nas redes sociais: o crescimento de conteúdos sobre os chamados bebês reborn. Essas bonecas realistas vêm ganhando popularidade entre colecionadores e pessoas que simulam maternidade como forma de terapia.
Com isso, aumentou o número de perfis dedicados ao tema, encontros entre “pais e mães reborn” e até projetos de lei relacionados à prática. Exemplos dessa tendência incluem eventos como o encontro no Parque Ibirapuera, em São Paulo, que reuniu mulheres com seus bonecos reborn.
Também houve a apresentação de projetos de lei no Congresso sobre o uso desses bonecos em situações como filas preferenciais. A proposta mais controversa prevê multa para quem usar bebês reborn para obter benefícios indevidos, como atendimento prioritário.
Esse contexto de popularidade, curiosidade e controvérsia abriu espaço para conteúdos humorísticos e falsos, como o vídeo com Lula, que exploram a linha tênue entre o absurdo e o real, confundindo parte do público, especialmente os mais leigos.
Embora o fenômeno dos bebês reborn envolva, na maioria dos casos, ações inofensivas e até artísticas, o exagero e o uso indevido da imagem de figuras públicas em conteúdos falsos distorcem a realidade e podem gerar desinformação. O uso de deepfakes com autoridades públicas é um risco sério.
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Cuidados para não cair em notícias falsas
Diante da facilidade com que vídeos falsos circulam na internet, adotar uma postura crítica é fundamental. Veja cinco dicas para evitar cair em conteúdos enganosos:
- Verifique a fonte: sempre desconfie de conteúdos compartilhados por perfis anônimos ou que não pertençam a veículos de comunicação reconhecidos.
- Busque a notícia em sites confiáveis: antes de compartilhar, procure pela informação em portais de notícias oficiais ou em agências de checagem.
- Desconfie de falas absurdas ou fora de contexto: conteúdos que soam exagerados, ridículos ou improváveis muitas vezes são manipulados.
- Analise o vídeo com atenção: expressões faciais desconexas, movimentos artificiais da boca ou áudio desincronizado podem indicar deepfake.
- Consulte plataformas de checagem: sites como o Fato ou Fake esclarecem boatos e ajudam a confirmar a veracidade de conteúdos virais.
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